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Quando o assunto é nuvem em saúde, o céu é o limite

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Mercado global de soluções em cloud computing para a área médica deve chegar a US$ 89 bilhões até 2027, segundo projeção da MarketsandMarkets

Prontuário eletrônico com níveis de segurança para assinatura digital, plataforma de telemedicina em vídeo e digitalização completa de imagens e exames. Estes são apenas alguns exemplos de funcionalidades em nuvem que já fazem parte do dia a dia de clínicas e consultórios em todo o Brasil. O processo de transformação digital do setor de saúde, que já estava em vigor na última década, foi impulsionado a partir da pandemia de covid-19. A ponto de se tornar parte essencial do trabalho de qualquer médico.

Hoje pode ser até inimaginável um médico que não utilize soluções deste tipo em seu expediente, mas saiba que a realidade era bem diferente há pouco mais de uma década. Profissionais do setor demonstravam receio com as tendências tecnológicas que despontavam aos montes. Havia o temor de que estas ferramentas pudessem comprometer a capacidade de diagnóstico dos médicos – ou até mesmo de desumanizar a consulta com os pacientes.

Não à toa que em 2016 o número de médicos que utilizava computador no atendimento ao paciente era de 61,2%, ou seja, menos de dois terços do total, segundo dados da Pesquisa TIC Saúde, realizada pela Cetic.br. Atualmente, este indicador é de 87,2%, um aumento de 26 pontos percentuais em apenas seis anos.

O que mudou neste período foi justamente a maior aderência e utilização das soluções em nuvem no ambiente médico e hospitalar. Ter ferramentas que agilizam processos e auxiliam na tomada de decisão durante uma consulta se mostrou muito importante. Assim, pouco a pouco a barreira geracional e cultural foi caindo, permitindo que mais recursos do tipo fossem pensados, desenvolvidos e implementados especificamente no setor.

Para se ter uma ideia, o mercado global de soluções em cloud computing para a área médica saltou de US$ 1,8 bilhão em 2011 para US$ 39,4 bilhões em 2022 – e com previsão de chegar a US$ 89 bilhões até 2027, segundo projeção da MarketsandMarkets. Números valiosos demais para serem ignorados por clínicas e consultórios.

Ter sistemas em cloud, portanto, deixou de ser um luxo para os profissionais de saúde e rapidamente se transformou em item prioritário não só durante as consultas, mas para todo o expediente. Hoje, é praticamente inviável fazer um diagnóstico perfeito sem o apoio destas ferramentas – e é uma realidade que vai se consolidar ainda mais no futuro. Ou seja: querendo ou não, o céu é o limite quando se fala de nuvem na saúde.

Influência dos dados impulsiona serviços em nuvem na medicina

A popularização do cloud computing no setor está totalmente relacionada à maior utilização dos dados no dia a dia das consultas e tratamentos. Ficou claro para todos os profissionais que o setor é praticamente uma “mina de ouro” quando o assunto são informações sobre as pessoas. O médico tem acesso não apenas a dados demográficos básicos, como também de indicadores que permeiam a qualidade de vida de todos. Bastava apenas utilizar toda essa matéria-prima em prol dos melhores tratamentos e serviços.

A questão é que este volume gigantesco de informações estava espalhado em diferentes fontes e, principalmente, em formatos que dificultavam sua tabulação, cruzamento e processamento em prol do desenvolvimento de insights. Receitas, históricos, exames eram registrados em diversos papéis que posteriormente eram arquivados (e eventualmente perdidos). Contudo, o avanço da nuvem passou a digitalizar estes documentos – o que por sua vez facilitou o trabalho com essas informações. Um bom sistema era capaz de decifrar uma quantidade gigantesca de dados sem que o profissional precise interromper sua rotina para isso.

A consolidação do prontuário eletrônico em nuvem foi o primeiro passo fundamental para esta verdadeira transformação digital de consultórios e clínicas. Não apenas pelas facilidades visíveis, como o acessa rápido e o ganho de tempo, mas principalmente por ser o coração do serviço médico atualmente. As melhores opções não apenas armazenam as informações, como também são capazes de “ler” e “interpretar” suas diferentes mensagens. Alguns, inclusive, permitem até a eliminação do papel por ter níveis de garantia de segurança altíssimos para gerar e assinar documentos digitais.

Futuro da medicina depende da nuvem

Todas as tendências que vieram depois dessa consolidação do prontuário eletrônico dependem, em maior ou menor grau, das soluções em cloud computing. É como se fosse a pedra fundamental da transformação digita da medicina. É a partir dela que se constrói um novo modelo de negócios ou uma abordagem diferenciada na relação entre médicos e pacientes durante as consultas e, principalmente, fora delas.

A telemedicina, por exemplo, só é possível porque há plataformas de videoconferência que permitem o atendimento em tempo real e, mais do que isso, a troca de exames, imagens e documentos sem qualquer perda de qualidade no serviço prestado. Os robôs inteligentes idealizados em procedimentos cirúrgicos dependem do acesso a dados padronizados sobre cada movimento que fizer – informações que, evidentemente, devem estar no ambiente digital e não em uma gaveta de arquivo morto.

Sem mencionar, evidentemente, todos os recursos da Inteligência Artificial, a maior revolução esperada na saúde em muitos anos. Para gerar insights, cruzar diferentes fontes de informações e entregar mais inteligência nos processos do dia a dia, é necessário garantir que esta tecnologia tenha o ambiente propício onde dados são trafegados constantemente em segurança e com possibilidade de acesso imediato sempre, quando e onde o médico quiser

As soluções em nuvem, portanto, serão determinantes para médicos, enfermeiros e hospitais que desejam prestar um bom serviço a seus clientes. Sem elas, o setor ficará preso a métodos arcaicos de atendimento, que fatalmente levarão a uma maior insatisfação das pessoas. Já o uso adequado não só potencializa a qualidade, como também oferece a rara oportunidade para esses profissionais mostrarem aquilo que, de fato, é essencial: a atenção que humaniza o relacionamento com todos os pacientes.