O Estado de São Paulo tem feito progressos significativos na distribuição de medicamentos derivados da cannabis, um marco importante para a saúde pública do país que começa agora em maio, conforme anúncio da Secretaria Estadual de Saúde. O governo do estado de São Paulo já aprovou o protocolo clínico e as diretrizes terapêuticas para o uso do Canabidiol (CBD) e do Tetrahidrocanabinol (THC) com retirada por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Aproximadamente 430 mil brasileiros estão em tratamento com produtos à base da planta no país. O gasto público para atender as demandas judiciais já atingiu R$165,8 milhões para o fornecimento público desses derivados, desde 2015 até meados de 2023. A regulamentação do acesso à cannabis via Secretaria Estadual de Saúde deve ajudar a reduzir os gastos do governo com as ações judiciais.
No entanto, apesar desses avanços, persiste um desafio crucial: a falta de conhecimento técnico de como funciona a medicina endocanabinoide. A não familiaridade de parte dos médicos com o assunto representa uma barreira substancial, dificultando a disseminação de informações e a educação adequada. Essas barreiras acabam afastando pacientes ao acesso à medicina endocanabinoide, que possui eficácia cientificamente comprovada para diversas condições clínicas.
Há um movimento de profissionais que optaram por estudar mais a respeito, o que permitiu um salto de 2021 para 2024 no número de médicos que já prescrevem o canabidiol, indo de 1.357 para 38.729, exemplificando como o acesso ao conhecimento pode gerar maior abertura e aderência a essa opção terapêutica. O desafio agora é fazer com que ainda mais médicos tenham propriedade sobre o Sistema Endocanabinoide, responsável pela regulação dos processos fisiológicos, e, através desse conhecimento, passem a prescrever com segurança e mais assertividade os produtos derivados da planta.
Com um tratamento dedicado é possível reduzir o risco das interações medicamentosas em pacientes polifarmácia, trazendo alívio dos sintomas de diferentes tipos de doença, tais como transtornos afetivos – ansiedade, depressão, distúrbio do sono, além das síndromes de Dravet, Lennox-Gastaut e esclerose tuberosa – que são cobertas pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.