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Projeto Impacto-MR: pesquisas para reduzir bactérias multirresistentes em UTIs

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O projeto Impacto-MR é uma plataforma de pesquisa colaborativa que visa estudar as bactérias multirresistentes, ou seja, aquelas que não respondem mais é diversos antibióticos, e portanto, precisam de novas estratégias para serem combatidas. Entenda!

O Brasil enfrenta um grave problema de saúde pública: as bactérias multirresistentes, que se tornaram resistentes a vários antibióticos e não respondem mais a esses medicamentos. Para combater essa ameaça, o Ministério da Saúde, em parceria com os hospitais BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hcor, Hospital Israelita Albert Einstein e o Hospital Sírio-Libanês, lançou o projeto Impacto-MR.

Este projeto, parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), utiliza uma plataforma de coleta de dados para pesquisas sobre a multirresistência bacteriana em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). De 2024 a 2026, os hospitais participantes atuarão de forma complementar neste projeto. 

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Quais são os hospitais participantes e como eles contribuirão?

Ações dos hospitais participantes: 

  • BP: Focará na redução das infecções do Sistema Nervoso Central (SNC), analisando casos relacionados a dispositivos de derivação ventricular externa (DVE) e cateteres de monitorização da pressão intracraniana (PIC). 
  • Hcor: Coordenará o estudo ORACLE, que visa melhorar a higiene bucal dos pacientes internados em UTIs. "Acreditamos que um cuidado oral padronizado e constante reduzirá o número de infecções respiratórias e, assim, diminuirá a necessidade do uso de medicamentos que podem formar bactérias multirresistentes", explica Dr. Bruno Tomazini, médico-pesquisador do Hcor. 
  • Einstein: Conduzirá dois estudos sobre a redução de infecções hospitalares através da intensificação da higiene do ambiente da UTI. O estudo ORG-CLEAN utilizará um novo agente desinfectante, o Organosilano, enquanto o Hy-Light analisará os efeitos da luz UV e do peróxido de hidrogênio em aerossol. Além disso, o Einstein investigará o impacto do contato com farmacêuticos clínicos via telemedicina na redução do uso de antimicrobianos, a relação entre o número de enfermeiros e a taxa de mortalidade dos pacientes, e os efeitos do uso de antimicrobianos na produção de proteína animal para consumo humano. 
  • Sírio-Libanês: Continuará o estudo VATICAN, a primeira pesquisa mundial a avaliar a necessidade do uso de antibióticos em pacientes com traqueobronquite associada à ventilação mecânica (TAV). O hospital também apresentará o estudo SAFE-REDUCE, que visa melhorar a qualidade do cuidado das equipes assistenciais em UTIs e reduzir o uso de antibióticos. 

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Por que a pesquisa será feita com pacientes em UTI?

"Os pacientes graves internados em UTIs estão mais suscetíveis à resistência bacteriana, pois os antibióticos são amplamente utilizados nesses ambientes. A plataforma Impacto-MR nos permitirá, a partir dos dados coletados, entender melhor as diversas realidades e planejar ações para fornecer um cuidado superior aos pacientes nas UTIs brasileiras, reduzindo infecções hospitalares e o desenvolvimento de microrganismos multirresistentes", afirma Renata Mattos, gerente do projeto de pesquisa pelo Sírio-Libanês. 

Renata destaca ainda a cultura médica que minimiza os riscos dos antibióticos, levando ao uso indiscriminado, mesmo com suspeitas mínimas de infecção. Estudos indicam que cerca de 70% dos pacientes internados em UTIs usam antibióticos, sendo que aproximadamente 50% desses medicamentos são administrados por 72 horas ou mais sem evidência clara de infecção. 

A plataforma Impacto-MR, desenvolvida em 2018, é colaborativa entre os hospitais do PROADI-SUS.

As instituições participantes são responsáveis por alimentar a plataforma com dados e conclusões de seus subprojetos, criando uma base de dados completa para avaliações epidemiológicas de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) e à multirresistência bacteriana (MR).

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