A pandemia COVID-19 mostrou que investir na prevenção e tratamento de doenças infecciosas é fundamental para reduzir mortes e manter as atividades econômicas. Um estudo realizado pela Fuqua Business School, a escola de negócios da Duke University (EUA), uma das mais importantes do mundo, mostrou a necessidade criar políticas que incentivem as empresas farmacêuticas a investirem em tratamentos ou vacinas para doenças consideradas negligenciadas, como Chagas, Dengue e Leishmaniose.
O autor da pesquisa, professor norte-americano David Ridley, deu como exemplo o Voucher de Revisão de Prioridade, um sistema de incentivo às farmacêuticas lançado em 2007 nos Estados Unidos para desenvolver vacinas e tratamentos contra doenças, que, de outra forma, não seriam abordadas, pois estão relacionadas a nações pobres, com pouco retorno financeiro ou fora da realidade dos países de primeiro mundo. Isso explica porque os Estados Unidos lideram a pesquisa e desenvolvimento de novas drogas e vacinas, inclusive para doenças muito mais comuns em países de clima tropical, como o nosso, do que no próprio país de origem da medicação.
Isso foi muito positivo, citando como exemplo tratamentos contra a Chagas Pediátrica. De acordo com Ridley, esse incentivo foi fundamental. "Todas as empresas participantes afirmaram que o sistema de Voucher foi um fator essencial nas decisões de desenvolvimento de medicamentos", afirma.
Esse é um cenário totalmente oposto ao brasileiro. Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), o Brasil não tem País não tem parque de tecnologia que possa suprir a carência que possui. Ainda segundo a SBMT, o Brasil atualmente não tem uma política clara em setores estratégicos, sendo que no passado até impulsionou o desenvolvimento de vacinas, mas atualmente todo o investimento na área de pesquisa e desenvolvimento foi reduzido.
Os países que estão conseguindo produzir as vacinas, inclusive dos países em desenvolvimento do BRICS, China, Índia e Rússia, são aqueles que tem uma política de investimento nestes setores estratégicos, inclusive na Biotecnologia.