O consumo de dispositivos médicos (DMs) cresceu 0,5%, no Brasil, nos nove primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2022, segundo dados do Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS). Quando analisados por segmentos, o que teve a maior alta (4,6%) foi o de próteses e implantes, seguido de reagentes e analisadores para diagnóstico in vitro (2,7%). Já o setor de materiais e equipamentos para a saúde recuou 0,1%.
“O aumento no número de beneficiários de planos de saúde refletiu de forma modesta no crescimento. Definições urgentes no ambiente macroeconômico são necessárias para reduzir o risco de investimentos na expansão da rede privada de serviços de saúde, o que impacta algumas áreas do mercado de dispositivos médicos, mais especificamente o segmento de fabricação de aparelhos eletromédicos, eletroterapêuticos e de irradiação”, analisa o presidente do Conselho de Administração da ABIIS, Carlos Eduardo Gouvêa.
Entre janeiro e setembro, a produção doméstica de DMs caiu 8,9%, as importações cresceram 5,5% e as exportações recuaram 3,2%, na comparação com os três primeiros trimestres do ano passado. “Apesar do fraco desempenho da produção nacional, houve um aumentou de 3,4% no número de trabalhadores formais nas atividades industriais e comerciais do setor, com a abertura de 5.417 vagas”, complementa Gouvêa. Ao todo são 166.859 pessoas com carteira assinada nesse mercado, número que não inclui os empregados em serviços de complementação diagnóstica e terapêutica. O segmento que mais gerou emprego foi o de indústria de instrumentos e materiais para uso médico, odontológico e de artigos ópticos.
Nos nove primeiros meses do ano, foram registradas 2,9% mais internações no SUS para consultas, tratamentos e diagnósticos, 8,9 milhões no total, na comparação com os mesmos meses de 2022. Também cresceram as cirurgias realizadas: 3,91 milhões, alta de 7,6%. E o número de exames no Sistema Único de Saúde foi 9,4% maior, 912,6 milhões. “Estes dados mostram uma recuperação no ritmo de atenção à saúde no país, após a pandemia, o que deve refletir no aumento do uso de produtos para a saúde e impulsionar o setor para fechar 2023 com números melhores do que 2022”, projeta Carlos Eduardo Gouvêa.