Com o objetivo de qualificar o atendimento em hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) e Pronto Atendimento (PA) em cuidados cardiovasculares, o Hcor, em parceria com o Ministério da Saúde, irá ampliar o Projeto Boas Práticas. A iniciativa é realizada no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).
A ampliação do projeto beneficiará mais de 700 UPAs e PAs para a oferta de tele-eletrocardiografia, teleconsultoria cardiológica em arritmias e infarto, desenvolvimento profissional e implementação de diretrizes assistenciais em Síndrome Coronariana Aguda (SCA), no SUS.
Atualmente, as doenças cardiovasculares (DCV) são a maior causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo, com cerca de 24% dos óbitos ocorrendo devido ao infarto agudo do miocárdio. Estima-se que a subutilização de recursos efetivos, afete 30% a 40% dos pacientes e que 20% ou mais dos cuidados prestados são desnecessários e potencialmente prejudiciais. Além disso, evidências científicas recentes mostram uma variabilidade significativa nos indicadores de qualidade assistencial entre as instituições de saúde.
Neste cenário, a possibilidade de utilizar instrumentos que permitam uma atuação mais eficaz na prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanhamento das DCV abre perspectivas muito relevantes. “Como um hospital especializado em Cardiologia, é muito gratificante poder compartilhar as melhores práticas e ajudar a salvar tantas vidas”, afirma Fernando Torelly, Superintendente Corporativo-CEO do Hcor.
A parceria entre o Hcor e o Ministério da Saúde, via Proadi-SUS, começou em 2009 com o projeto de eletrocardiografia (Tele-ECG), que disponibilizou pontos de ECG em Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) e Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) a nível nacional. Desde seu início, foram realizados mais de 2 milhões de exames. Em 2019, o projeto agregou a oferta de teleconsultoria cardiológica via telefônica e já foram contabilizadas mais de 5.000 teleconsultorias cardiológicas.
No triênio de 2021 a 2023, a teleconsultoria ajudou a emitir mais de 750 mil laudos e registrou uma redução de 58% na taxa de mortalidade em unidades que participam da implementação de melhorias. Outros números importantes são os de adesão às terapias medicamentosas, que teve um aumento de 31%, e o tempo entre a entrada do paciente na UPA e a realização do eletrocardiograma, que reduziu 59% desde o início do ciclo de melhorias.
Desde 2022 o projeto conta com a colaboração da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, que atua no assessoramento à outras 150 UPAs neste triênio. Além disso, a nova parceria trouxe melhorias significativas, como o oferecimento de notebooks a todas as UPAS participantes para que as teleconsultorias cardiológicas possam ocorrer por vídeo, não somente por chamada, com o objetivo de garantir maior qualidade na comunicação.