Já não é mais segredo para ninguém que a pandemia acelerou a tecnologia em diversos setores nos últimos anos, e o segmento de saúde tem se destacado fortemente com estratégias digitais voltadas ao nicho. Em 2022, inovações trouxeram revolução para o segmento, como o uso da Inteligência Artificial, Internet das Coisas Médicas (IoMT) e telemedicina, que, sem dúvidas, continuarão em alta nos próximos anos. Para 2023, novas tendências prometem ainda mais qualidade de vida, otimização de tempo, experiências personalizadas e prevenção.
“Investir em tecnologia, inovação e transformação digital na saúde não é mais uma opção. As empresas precisam se preparar para encarar um 2023 de muita evolução tecnológica. O mais interessante de inovarmos na saúde é que a consequência disso é um resultado muito positivo na qualidade de vida das pessoas, pois traz modelos mais preventivos e de bem estar cada vez mais intensificados”, pontua Bruna Souza, estrategista digital da vertical de saúde da FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação que potencializa o futuro de negócios integrando visão estratégica com execução inteligente. A empresa, que investe cada vez mais em seu health lab, tornou-se referência em cocriar soluções inovadoras para o segmento de saúde.
Hoje, a saúde praticamente depende da tecnologia e os serviços são mais voltados à prevenção do que aos tratamentos. “Já estamos chegando em um ponto onde não terá mais prestação de serviço de saúde sem o envolvimento de algum tipo de processo digital. O foco está em prevenir riscos, evitar que as pessoas fiquem doentes a partir de uma mudança comportamental observada em dados e, especialmente, prover um maior alcance do cuidado”, comenta Bruna.
A especialista listou cinco tecnologias que devem impactar diretamente na saúde das pessoas no ano que vem. Confira:
1- Conectividades & IoMT (Internet das Coisas Médicas):
Com a chegada do 5G no Brasil, é de se esperar que ele apoie significativamente o setor de saúde no país, visto que apresenta uma velocidade de até 20 vezes mais que a tecnologia anterior, o 4G. Com isso, qualquer serviço de telemedicina (telecirurgias, teleconsultas, teleinterconsultas, telelaudos etc) conseguirá apresentar maior assertividade e melhores resultados, visto que a conexão não será mais um problema.
Além disso, as novidades no segmento de IoMT não vão parar de crescer. Cada vez mais veremos o aumento na adoção de wearables (dispositivos vestíveis), que coletam dados do usuário em tempo real, e outros dispositivos inteligentes no cuidado da saúde. Alguns exemplos são os smartwatches, anéis, adesivos e balanças.
O que nos leva à 2ª tendência para 2023: o cuidado remoto e in-house.
2- Atendimento remoto à saúde e cuidados at-home:
A medicina inclina-se a colocar o paciente cada vez mais no centro da discussão, permitindo que o cuidado à saúde venha até ele, e não o contrário. Se deslocar até um consultório médico, fazer um exame no laboratório e até mesmo comprar um remédio na farmácia serão coisas do passado. “O paciente conseguirá ter seu atendimento médico, realizar seu exame e comprar seu medicamento no conforto da sua casa, de forma conveniente e personalizada, através do apoio de tecnologias emergentes. Algumas delas são a própria telemedicina, a telefarmácia, os dispositivos inteligentes e os serviços de atendimento móvel de saúde”, complementa a especialista.
3- Metaverso:
O uso do metaverso e outras tecnologias de realidade virtual na saúde já é uma realidade, especialmente quando se trata de treinamentos de profissionais médicos e processos preparatórios para cirurgiões, por exemplo. Bruna acredita que há muito o que evoluir, mas que devemos ver muitas novidades sobre o assunto em 2023. “Os principais desafios serão mais culturais do que operacionais, de fato. Além dos profissionais de saúde precisarem aderir a esses novos modelos tecnológicos, haverá também a necessidade de superar barreiras regulatórias”, fala Souza.
4- Farmácia do Futuro:
Como a tendência será a busca por prevenção e não mais por tratamentos de doenças, quando falamos de ‘Farmácia do Futuro’, falamos de hubs digitais de promoção de saúde, tendo o farmacêutico como o concierge responsável por promover cuidados preventivos. Em vez de remédios, as pessoas vão buscar vitaminas, suplementos, vacinas e programas voltados à qualidade de vida, pensando em aumentar sua longevidade.
5- Hospitais digitais:
Hospitais digitais se referem a instituições de saúde com processos 100% digitalizados, com sistemas internos e externos integrados. As informações são compartilhadas digitalmente, sem a necessidade de um prontuário físico, facilitando o acompanhamento, encaminhamento e a análise de dados dos pacientes. Aqui, o foco também está em antecipar riscos à saúde, evitar que as pessoas fiquem doentes e democratizar a saúde, não importando onde os pacientes estejam.
Nesse sentido, o hospital digital vai muito além de trabalhar o assistencial e de remediar. “Para que essas mudanças aconteçam, é necessário implementar modelos mais inteligentes, eficientes e, principalmente, mais escaláveis, diferentemente do que vemos nos modelos de saúde tradicionais. Esse é o momento, portanto, de se buscar uma boa interoperabilidade de dados, automatização de processos, decisões baseadas em dados, implantação de tecnologias e tudo que proporcione uma experiência centrada no paciente”, aponta a estrategista digital. A interoperabilidade é a capacidade de comunicação entre diferentes sistemas para que trabalhem de forma integrada, agregando e processando informações de diferentes fontes. Nos hospitais digitais, a alta interoperabilidade eleva a experiência do paciente e otimiza a rotina dos profissionais de saúde.
Nesse conceito, a tecnologia é aplicada diretamente na casa do paciente. Como exemplos práticos, temos o monitoramento de sinais vitais por meio de wearables (IoMT), assistência por telemedicina para conversas da equipe médica com pacientes e seus familiares, sistemas de alarme e câmeras móveis etc. “As expectativas para a futura implementação do Open Health aumentam a relevância da interoperabilidade, padronizando e facilitando a comunicação do ecossistema de saúde e o compartilhamento seguro de dados”, conclui Souza.