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Remuneração baseada em valor depende de entender a relação fonte pagadora x beneficiário

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Referências: Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil

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(*) todos os gráficos são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil

 

O gráfico ilustra a participação das operadoras de planos de saúde por modalidade nas Regiões Norte e Sul do Brasil:

·         Somente esta distribuição de operadoras e beneficiários já é suficiente para entender que não é possível tratar de assuntos complexos, como remuneração baseada em valor, da mesma forma com todos os tipos de operadoras, em qualquer lugar do Brasil;

·         Quem já participou de “sonolentos” eventos sobre RBV e viu o tema sendo colocado como algo que pode seguir padrões únicos para qualquer projeto, em qualquer lugar, e igualmente em qualquer tipo de fonte pagadora ou serviço de saúde ...

·         ... ou desistiu de discutir o assunto ...

·         ... ou teve a triste experiência de concluir que projetos onde o discurso era qualidade assistencial, a prática foi precificação, e o resultado foi o fracasso !

Não dá para falar de “valor em saúde” com medicinas de grupo em regiões diferentes onde dominam 19 ou 34 % do mercado:

·         É perda de tempo pensar que a agenda delas é a mesma em situações de mercado tão distintas – a variação é muito grande ... quase o dobro !

·         Mesmo se for a com uma mesma “medicina de grupo” que atua tanto no Rio Grande do Sul como no Amazonas !

·         O foco da gestão é completamente diferente, porque o beneficiário tem níveis de exigência assistencial diferentes, pode pagar preços diferentes e, principalmente, tem opções de mercado diferentes, que são definidas pela oferta e demanda dos serviços de saúde que varia muito geograficamente.

 

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Os dois gráficos demonstram a distribuição dos beneficiários da mesma operadora de planos de saúde por tempo médio de permanência dos beneficiários no plano:

·         O da esquerda se refere ao Distrito Federal, e o da Direita ao Estado de São Paulo;

·         Os números representam até 2 anos, até 4 anos, até 6 anos ... e a última faixa, acima de 15 anos.

É evidente que tratar de remuneração baseada em valor com esta operadora no DF é algo completamente diferente de SP:

·         No DF, por alguma razão, esta operadora não retém os beneficiários por muito tempo ... lá ela praticamente não tem beneficiários com mais de 6 anos de vínculo no DF;

·         O perfil em SP é bem diferente ... embora continue a prevalência de beneficiários com até 2 anos, existem beneficiários fidelizados.

RBV depende fundamentalmente da fidelização do beneficiário com a fonte pagadora:

·         O conceito verdadeiro de valor, e não de precificação, inclui a disposição da fonte pagadora até pagar mais caro por algo, se a consequência (a reabilitação, o desfecho, a qualidade de vida ...) for melhor;

·         Porque se a consequência for melhor, além da qualidade assistencial que o cliente (beneficiário) deseja, o que se paga mais caro hoje é compensado pela economia que haverá no médio e longo prazo;

·         Por exemplo: até pode gastar um pouco mais na cirurgia, mas vai economizar com a redução de reinternação, do empenho de recursos para reabilitação do paciente ... gasta mais agora, mas no final do ciclo gasta menos (melhor para a operadora) e entrega uma melhor assistência para o paciente e familiares (melhor para o beneficiário do plano).

 

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Todos os gráficos e tabelas são partes integrantes das ferramentas que entregaremos aos participantes do seminário Geografia Econômica da Saúde no Brasil – Melhores Operadoras de Planos de Saúde, no próximo dia 7 de maio:

·         Este demonstra o tempo médio de vínculo das operadoras de planos de saúde com mais de 1.000 beneficiários da Cidade de Caraguatatuba – São Paulo;

·         Escolhi esta porque é a cidade que as pessoas que fazem curso de Modelos de Remuneração comigo na Jornada da Gestão em Saúde, ou têm aulas do tema comigo em turmas de pós-graduação, exercitam a viabilidade de implantar modelos alternativos ao fee for service;

·         Veja que fantástico: a cooperativa médica e uma das seguradoras retém os beneficiários em média muito mais tempo que a primeira medicina de grupo do ranking.

O que ele ensina para nós gestores ?

·         A chance de viabilizar um projeto de RBV que “mira” na longevidade da relação entre a operadora de planos de saúde e os beneficiários é muito menor da medicina de grupo;

·         Na teoria “é bonito” dizer que a medicina de grupo deve utilizar RBV como instrumento de captação de novos clientes e de retenção dos clientes que já tem;

·         Mas na prática ela não vai priorizar projetos de longo prazo uma vez que seus beneficiários têm vínculo temporário ... investir hoje para melhoria de cuidados de beneficiários que não serão mais clientes daqui a 1 ou 2 anos pode desequilibrar a sustentabilidade financeira da empresa !

 

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Utilizando a mesma ferramenta que será distribuída no seminário tabulamos as informações da cidade sede de uma das macrorregiões vizinhas:

·         A cooperativa médica está longe de reter os beneficiários da mesma forma que a da outra cidade;

·         Uma das medicinas de grupo é a mesma da outra cidade, colou na seguradora, que retém com tempo um pouco menor do que consegue na outra;

·         E as autogestões dominam o ranking, porque os beneficiários de autogestão são, por excelência, fidelizados pelo vínculo que como funcionários têm com a mantenedora !

Aquele projeto de RBV que tinha mais chance de dar certo com a cooperativa da outra cidade, não tem a mesma chance nesta.

Mas projetos de RBV com autogestões não dependerão essencialmente em função do tempo de vínculo do beneficiário com a operadora:

·         No seminário fornecemos uma outra ferramenta para identificar as melhores operadoras do tipo autogestão: o indicador é a proporção entre dependentes e titulares;

·         Como o objetivo da autogestão ... o objeto social da autogestão ... é muito diferente dos demais tipos de operadoras de planos de saúde, os projetos de RBV devem discernir entre ações para o titular, quase que com a mesma abrangência que devem dar aos dependentes, que podem ser para a mantenedora o principal fator de absenteísmo do funcionário !

Em resumo:

·         As melhores operadoras de planos de saúde, de acordo com indicadores reais medidos em função da satisfação dos clientes, são as mais propícias para a implantação de projetos de remuneração baseados em valor;

·         Utilizar indicadores de qualidade definidos em “caderninhos de compliance”, ou leva os projetos “de boa intenção” ao fracasso pela insustentabilidade econômica, ou, pior, na verdade estão embarcados “na má intenção” do discurso da qualidade para “forçar” redução de preços no curto prazo.

Para quem tiver interesse em participar do seminário e ter acesso às ferramentas de tabulação e aos rankings das melhores operadoras de planos de saúde, as informações complementares e sobre as inscrições estão na página ou diretamente através do canal.