Que a tecnologia tem um papel fundamental no desenvolvimento da sociedade todo mundo sabe, mas você já parou para pensar na importância que ela tem para a área da saúde? Antes de mais nada, é importante ressaltar que quando falamos sobre “tecnologia em saúde”, estamos falando de forma contextual a todos os produtos e insumos utilizados por este setor, seja na produção de medicamentos, vacinas e testes de diagnósticos, ou nos avanços em equipamentos e dispositivos. Você, muito provavelmente, já deve ter lido alguma reportagem sobre essas inovações.
A efetividade na aplicação dessas novas tecnologias tem proporcionado imensas transformações na área médica e elas têm representado uma alternativa promissora para o controle de algumas doenças visto que, concomitantemente aos avanços tecnológicos, os casos de doenças crônicas não transmissíveis no Brasil e em todo mundo também tem crescido de forma exponencial.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), só em 2019, 52% da população brasileira com 18 anos ou mais recebeu pelo menos um diagnóstico de doença crônica. Diante da situação em que se encontra a incidência desses casos na população, tecnologias que auxiliem as pessoas no que diz respeito ao acesso a informações referentes a sua doença são imprescindíveis.
O melhor método para conscientizar a população sobre suas condições de saúde é e continuará sendo a informação. Só assim será possível compreender quais os aspectos que podem influenciar de forma direta ou indireta a saúde. E nada melhor do que a tecnologia como instrumento para estimular esse autocuidado.
A tecnologia oferece diversas ferramentas e métodos capazes de auxiliar tratamentos médicos, mas hoje preciso explorar duas delas: os devices médicos e os aplicativos de celular. Pense em um paciente com diabetes, que como característica da doença, necessita controlar diariamente suas taxas de açúcar no sangue através de testes de glicemia capilar, popularmente chamados de “ponta de dedo”.
Estes testes são realizados através de um dispositivo conhecido como glicosímetro, que é um aparelho utilizado para medir esses níveis de glicose no sangue. Através dessa tecnologia, as pessoas que convivem com o diabetes já conseguem identificar alguma possível descompensação e fazer associações das suas taxas de glicemia, sejam elas altas ou baixas, com comportamentos que ela assumiu.
Ao vislumbrar esses resultados, a descompensação se torna palpável, ou seja, a pessoa tem visibilidade de que, naquele momento, algo pode estar errado com a sua saúde e começa a identificar os possíveis gatilhos dessa alteração. Mas, como nem sempre uma pessoa sabe o que fazer com a informação trazida pelo glicosímetro, o avanço tecnológico seguiu pela integração desses dispositivos a aplicativos de celular que computam esses dados glicêmicos, de forma automática via bluetooth, permitindo o seu compartilhamento com profissionais da saúde.
Quando um episódio como esse é identificado pelo dispositivo, ações corretivas poderão ser prescritas de imediato, juntamente à orientações preventivas sobre novas descompensações - evidenciando o processo educacional envolvido. Nesse cenário, o paciente se torna um elemento ativo no processo de seu autocuidado e atrelado ao conhecimento de profissionais da saúde, têm a garantia de receber um tratamento muito mais rápido e eficiente para assim ter o controle da sua saúde em suas mãos.
Essas tecnologias, como no exemplo acima, tem mudado a tradicional entrega de cuidados de saúde, permitindo uma prescrição de cuidado de forma integrativa, em qualquer hora ou qualquer local. Um controle do autocuidado, através de um monitoramento de atividades do cotidiano como registros de alimentação, atividade físicas e até de exames, vide dados sobre a glicemia capilar, permitem uma sinalização de cuidados e uma sugestão de comportamentos mais saudáveis.
Assim, tanto profissionais de saúde quanto os próprios pacientes possuem a oportunidade de monitorar continuamente suas condições de saúde e consumirem informações sem terem que se dirigir a um hospital ou a um consultório médico, por exemplo. Esses dispositivos tecnológicos funcionarão como uma extensão do nosso corpo, refletindo o que está interiorizado.
Isso nos mostra que há um papel crescente da tecnologia na assistência à pessoa que convive com alguma condição crônica, garantindo maior velocidade em diagnósticos e mais efetividade em tratamentos médicos, atuando tanto de maneira preventiva, como tratativa.
A Klivo já é uma dessas empresas que realiza essas integrações para poder monitorar a saúde de pacientes crônicos 24 horas por dia, nos 7 dias da semana. Os resultados clínicos dessa união ao tratamento proposto pelos médicos são animadores: em apenas 6 meses de acompanhamento, a healthtech reduziu em 3,6 p.p a hemoglobina glicada dos seus pacientes com diabetes, além de aumentar em 51% a taxa de adesão medicamentosa da sua carteira. Esse pode ser o início de uma grande transformação para o setor da saúde que sem dúvidas, terá, cada vez mais, a tecnologia como uma grande aliada.
*Thaiza dos Anjos é especialista em Coordenação de cuidados de pacientes crônicos na Klivo