Plataforma tecnológica, Interoperabilidade de sistemas e Segurança da informação são os pilares para um ambiente hiperconectado, baseado em soluções de Internet das Coisas (Internet of Things, ou Iot) nas instituições de Saúde. Se de um lado é importante contar uma plataforma que suporte mobilidade, geolocalização, interatividade e reconhecimento de voz; de outro, é essencial que os sistemas consigam se comunicar de forma transparente uns com os outros e que haja proteção suficiente para que não aconteça o vazamento de dados clínicos.
“O maior erro dos hospitais no caminho para esse ambiente é pensar no projeto de digitalização como se o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) fosse o fim da caminhada. Ele é apenas o início”, disse Klaiton Simão, Diretor Corporativo de TI da rede São Camilo de hospitais, durante a 1ª Semana da Saúde*. De acordo com ele, ter o PEP e não contar com tecnologias vestíveis, equipamentos de suporte à vida e medicina diagnóstica conectados ao sistema de gestão, não faz sentido. Os sistemas precisam conversar entre si, com aplicações de IoT, já que os pacientes esperam usar aplicativos para controlar a saúde e os médicos buscam interação com todas as áreas e informações - em tempo real - para tomada de decisões mais rápidas e seguras.
Nesse sentido, explica Simão, entra o papel do CIO, que deve mostrar o valor dessa transição. “O projeto deve fazer parte do plano diretor, alinhado ao planejamento estratégico da organização. Assim, o executivo de TI deve pensar nos objetivos de curto, médio e longo prazos, e a partir disso, traçar um plano”, afirma. “Ele precisa fazer um acordo com a instituição: até onde vamos chegar com os projetos de TI? Qual o objetivo?”, completa.
Isso porque, sem definir aonde a instituição quer chegar com o uso das tecnologias e quais os passos para atingir os diferentes níveis de maturidade, as chances de frustração são grandes, já que o caminho não estará claro e nem todos estarão olhando para a mesma direção. “O plano deve ser planejado observando questões estruturais, infraestrutura, equipe, ambiente de negócios e processos operacionais, para então, partir para questões de aplicação de IoT, por exemplo”, conclui Simão.
O hospital digital pode ser definido como aquele que utiliza intensamente a tecnologia, não apenas como suporte administrativo, mas como apoio a todas as atividades e de maneira integrada.
Assista à entrevista Nos bastidores da digitalização e saiba:
- O que um ambiente ultraconectado demanda em termos de gestão;
- De que forma garante o empoderamento do paciente e como isso afeta a assistência e, consequentemente, a gestão;
- Quais as principais dificuldades no processo de digitalização das instituições de Saúde e como resolvê-las?
*A Semana da Saúde, evento virtual organizado pelo portal Saúde Business e pela MV, com apoio estratégico de conteúdo da essense, foi realizado de 4 a 7 de abril de 2017 e mostrou as principais tendências tecnológicas que estão revolucionando o setor de Saúde.