Um dos principais movimentos tecnológicos da atualidade, a combinação do big data com o analytics promete uma revolução nas medicinas preditivas e personalizadas, sendo considerada uma das mais promissoras para a análise de dados em termos clínicos. “Elas permitem chegar de maneira muito mais rápida a um diagnóstico e ao melhor tratamento”, disse Sócrates Cordeiro, gerente comercial de produtos da MV, durante a 1ª Semana da Saúde*.
O especialista explica que, com o aparato, é possível o estudo de padrões para antecipar tanto ocorrências individualizadas, como agudização de casos, cruzando histórico do paciente, familiares e estilo de vida; quanto generalizadas, a exemplos de surtos epidemiológicos.
Porém, Cordeiro ressalta que ainda há muita resistência dos hospitais em compartilharem informações. “Há um problema cultural: as instituições de Saúde têm resistência em abrir os dados, em integrá-los. É preciso ter a abertura de um trabalho colaborativo para que o big data seja mais assertivo no cuidado com o paciente”, afirma. É importante, explica, que as instituições entendam que abrir os dados não significa passar informações estratégicas como faturamento, glosas ou estoque, mas, sim, referentes à assistência, como os sintomas que levaram os pacientes ao hospital, assim como diagnóstico e tratamento.
“Há, ainda, o receio por questões de segurança. Claro que há ataques, mas existem muitas formas de garantir segurança da informação”, completa. O primeiro ponto para mudar esse quadro é a vontade de ter uma visão estatística que auxilie a assistência e a tomada de decisões. A intenção do big data é mostrar os números de maneira simples, para ajudar médicos e gestores a resolverem problemas e a encontrar respostas.
O big data ganha força no ambiente hospitalar, pois há dados estruturados vindo de todos os lugares, como dos sistemas de gestão hospitalar (ERP, ou Enterprise Resource Planning), do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), dos equipamentos médicos e da checagem beira-leito - para citar alguns. Além disso, há informações desestruturadas, que vêm das mais variadas fontes, como redes sociais, aplicativos móveis e wearable devices, ou dispositivos vestíveis.
Com cada vez mais informações, a Saúde do futuro vai exigir maior organização e capacidade de análise desses dados. A expectativa é que, juntas, tecnologias de big data e analytics sejam um marco de transformação do segmento, já que é capaz de centralizar, entender e permitir a tomada de decisões mais assertivas, tanto do corpo clínico, quanto da parte administrativa.
Assista à entrevista Big Data: um aliado da assistência e saiba:
- Como preparar o corpo clínico para trabalhar bem nesse cenário;
- Que cuidados - técnicos e de gestão - devem ser tomados antes de adotar a tecnologia;
- Os principais erros na adoção e como combatê-los;
- Como garantir a segurança dos dados do hospital.
*A Semana da Saúde, evento virtual organizado pelo portal Saúde Business e pela MV, com apoio estratégico de conteúdo da essense, foi realizada de 4 a 7 de abril de 2017 e mostrou as principais tendências tecnológicas que estão revolucionando o setor de Saúde.