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Reinternação já representa 16,37% dos custos com hospitalização no Brasil

Estudo da Funcional mostra que 10,55% dos pacientes retornam ao hospital em até 30 dias após a alta

Além do desconforto para o paciente e os custos para o sistema de saúde, a reinternação num prazo de até 30 dias após a alta traz alto impacto também para as empresas, considerando que os custos com planos de saúde já são equivalentes a 11,54% das despesas com folha de pagamentos, de acordo com a consultoria Mercer Marsh Benefícios.

Um estudo realizado pela empresa de gestão de saúde Funcional mostra que 10,55% dos internados voltam ao hospital em até 30 dias. A empresa analisou 54 mil casos entre 2001 e 2013 e constatou também que 16,37% dos custos totais das ocorrências foram causados somente por reinternações.

Nos Estados Unidos, o índice de reinternação chega a 20% e o custo estimado é de US$ 17 bilhões por ano. Para frear essa tendência, o programa Medicare criou um sistema que penaliza os hospitais com o pior desempenho nesse quesito.

Em tese defendida na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tendo como base um hospital de Porto Alegre, pesquisadores constataram que 3% dos adultos e 7% das crianças voltaram ao hospital em sete dias. Entre os adultos, os homens foram maioria, com internações nos últimos três meses pelo mesmo diagnóstico.

Os índices foram maiores nas especialidades de medicina interna (9,7%), hematologia (9,1%), cardiologia (5,7%), emergência adulto (5,5%), gastroenterologia (5,2%) e cirurgia geral (2,2%).

Em sua maioria, os pacientes tinham doenças cardiovasculares (20%), gastrointestinais (18%), respiratórias (17%), neoplásicas (17%) e urinárias (13%), que muitas vezes se combinavam com comorbidades como hipertensão arterial (39%), diabetes (24%), tabagismo (18,5%), insuficiência renal (17%), cardiopatia isquêmica (16%), doença pulmonar obstrutiva crônica (16%) e insuficiência cardíaca (15%). Em média, os pacientes tinham 2,7 comorbidades.

O estudo conclui que o envelhecimento da população, as comorbidades e as admissões por insuficiência respiratória ou sepse são fatores de risco para o retorno ao hospital

No levantamento da Funcional, o diretor médico Gustavo Guimarães lembra que medidas como: aumentar a qualidade do cuidado durante a internação, melhorar a comunicação entre os pacientes e a equipe multidisciplinar, além de gerenciar a educação do paciente, a coordenação dos cuidados e a adesão ao tratamento após a alta hospitalar podem reduzir em até 40% as taxas de reinternação.