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O estágio da Saúde digital no Brasil

Grandes instituições brasileiras já investiram em tecnologias, mas ainda há um longo caminho pela frente; veja o cenário para operadoras, hospitais, medicina diagnóstica e Saúde Pública

Para reduzir ineficiências na prestação de cuidados da saúde, melhorar o acesso aos serviços e tornar a medicina mais personalizada, países de todo o mundo passaram a buscar procedimentos amparados pela tecnologia. A iniciativa ocorre gradativamente e faz parte do conceito de Saúde digital.

“Em países como Estados Unidos, Canadá e Israel, o processo cresceu muito nos últimos anos. Já no Brasil, ainda começa a se desenvolver, com muitas coisas a serem feitas. A transformação digital na Saúde representa uma evolução que ocorrerá até mesmo por uma pressão do mercado, que está tomando um novo rumo. Países que não se atualizarem acabarão ficando para trás”, explica Avi Zins, diretor executivo da Associação Brasileira de CIOs Saúde (ABCIS).

Veja a seguir, um panorama da Saúde digital no Brasil:

Hospitais

Algumas grandes instituições já investiram em tecnologias que possibilitam e vão além do Hospital Digital implantando o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) e, em alguns pequenos projetos e com caráter piloto, soluções de Internet das Coisas (IoT). Mas o processo é longo. “Ainda há organizações que não possuem Prontuário Eletrônico e não são informatizadas. Isso é um problema sério, que deve ser resolvido antes de se pensar em atingir um nível de Saúde Digital”, diz Zins. Para ele, é fundamental que a instituição esteja aberta para a inovação, integrando a equipe de TI com as principais decisões estratégicas.

Operadoras de planos de Saúde

Possuem um nível de informatização maior, padronizando o sistema de informações, mas ainda é preciso investir em soluções que otimizem a gestão e ofereçam novos caminhos aos beneficiários. “Trabalhando de forma mais inteligente, com o auxílio da medicina preditiva e preventiva, as operadoras precisam entender o comportamento dos consumidores e pacientes, para então tomar decisões melhores para atender às necessidades de todos. No futuro, a tendência é que clínicas, hospitais e operadoras sejam ligadas”, explica Zins. Hoje, já existem softwares que monitoram a saúde dos beneficiários, para que as operadoras direcionem os tratamentos de acordo com os principais problemas identificados.

Medicina diagnóstica

Para Zins, os centros de medicina diagnóstica estão passando por um processo de reformulação muito importante. “A tendência é de que muitos diagnósticos e exames laboratoriais sejam feitos por meio da Internet das Coisas, com ferramentas ligadas ao indivíduo”. Para isso, os centros já estão integrando soluções que visam a melhorar o atendimento. Para diagnosticar com mais precisão um paciente com diabetes, por exemplo, acompanham além dos exames feitos, sua alimentação e a prática de exercícios físicos.

Saúde Pública

A falta de infraestrutura, medicamentos e informatização básica ainda afeta a Saúde Pública, que está longe de se tornar digital. “Temos problemas muito sérios para resolver antes. Hospitais públicos superlotados, com leitos para todos os lados e registros feitos em papéis ainda fazem parte da realidade do país”, explica Zins. Para atingir o nível de Saúde Digital  é preciso antes de tudo, resolver essas etapas, para então implementar novas tecnologias.