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7 passos para calcular o custo real da assistência

Porter e Kaplan, pesquisadores de Harvard, sugerem visão integrada do paciente para se conhecer as despesas envolvidas em cada tratamento.

Os custos crescentes da assistência e a perspectiva reduzida de que se consiga controlá-los leva cada vez mais pesquisadores a se debruçarem sobre o problema, mesmo os que não estão diretamente ligados ao mercado de Saúde.

Professores e pesquisadores de Harvard, Michael Porter e Robert Kaplan defendem, no artigo "Como resolver a crise de custos na saúde", publicado no Brasil pelo portal Conexão Home Care, um novo olhar para a gestão, em que se deixe de buscar pequenas economias por departamento ou procedimento e se coloque o paciente no centro da análise de despesas.

"Temos uma competição de soma zero, na qual prestadores de assistência à saúde destroem valor ao se concentrar em serviços altamente remunerados, transferindo custos para outros atores ou buscando redução isolada e ineficaz item por item", constatam.

Para garantir  resultados melhores a um custo menor, os pesquisadores sugerem a análise da patologia e do ciclo completo de assistência. O processo seguiria as seguintes etapas:

  1. Definir a patologia, incluindo complicações e comorbidade e determinando o início e o fim do ciclo de assistência;
  2. Definir a cadeia de valor da prestação dos serviços, considerando as atividades dentro do ciclo completo da assistência, não somente processos isolados;
  3. Criar mapas de processo de cada atividade no atendimento e qual é o fluxo do paciente dentro da instituição;
  4. Obter estimativas de tempo para cada processo;
  5. Estimar o custo de fornecer recursos de assistência ao paciente, levando em conta fatores como remuneração dos funcionários, depreciação, leasing, suprimentos, despesas operacionais e até mesmo o tempo dedicado pelos médicos ao ensino e pesquisa.
  6. Estimar a capacidade de cada recurso e calcular o custo unitário da capacidade, analisando o total de dias que cada funcionário trabalha a cada ano, total de horas por dia que o funcionário está disponível para o trabalho e o total médio de horas por dia de trabalho dedicado a atividades sem ligação com paciente, como intervalos, treinamento, cursos e reuniões administrativas. Com uma pequena adaptação, é possível também estimar a capacidade e o custo de cada equipamento envolvido na assistência;
  7. Calcular o custo total da assistência ao paciente, multiplicando o custo unitário de capacidade de cada recurso utilizado pela quantidade de tempo que o paciente passa com o recurso.

Os pesquisadores acreditam que somente essa nova abordagem sobre os custos permitirá a geração valor e manterá os custos sob controle em toda a cadeia de saúde. "Um cálculo correto de custos também abre toda uma cascata de oportunidades, como o aprimoramento de processos, uma organização melhor da assistência e novas abordagens de remuneração que irão acelerar o ritmo da inovação e a criação de valor", concluem.