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Queda nas compras do governo faz mercado farmacêutico desacelerar

Descontando a inflação do período, a variação real é de queda de quase 6%. Hoje, o mercado farmacêutico institucional representa 31% do mercado total, com influência expressiva do setor público

A queda nas compras de medicamentos pelo governo está afetando o mercado farmacêutico brasileiro. Depois de registrar um crescimento médio de 14% desde 2013, o mercado institucional teve apenas um aumento nominal de apenas 4% nos últimos 12 meses. Descontando a inflação do período, a variação real é de queda de quase 6%. Hoje, o mercado farmacêutico institucional representa 31% do mercado total, com influência expressiva do setor público.

Essa queda já havia se tornado evidente no segundo semestre de 2015. Não só o governo está reduzindo o ritmo de compras e postergando os pedidos, como também parece estar com dificuldade para honrar os contratos. Um levantamento realizado pela INTERFARMA (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa) mostra uma dívida próxima de R$ 1 bilhão com o setor, no final de 2015. O valor considera as compras não pagas pelo governo Federal, pelo Distrito Federal e pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.

As compras do governo representam atualmente 57% do mercado institucional, que gera um faturamento de R$ 21 bilhões. O restante dele é formado pelo setor privado, com hospitais e clínicas particulares, que também estão comprando menos. Em parte, isso acontece pelo aumento do desemprego no país, que vem acompanhado pela saída de usuários de planos de saúde.

Parte da demanda acaba migrando para o varejo farmacêutico, que entre 2014 e 2016, aumentou sua representatividade de 67% para 69% do mercado total. O faturamento atual deste varejo está em torno de R$ 46 bilhões. “A maioria dos brasileiros depende dos próprios recursos para comprar medicamentos. Com as dificuldades do governo e a saída de brasileiros dos planos de saúde, podemos ter ainda mais pessoas refazendo o orçamento doméstico para garantir o tratamento dos familiares”, afirma Antônio Britto, presidente-executivo da INTERFARMA.