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Instituto Brasileiro de Controle do Câncer discute cuidados paliativos

“Acabo de ser diagnosticado com câncer de pâncreas em estágio avançado com metástases. Tenho somente poucos meses de vida, talvez menos. Estou parando de trabalhar imediatamente, para que eu possa arrumar minhas coisas e estar com minha família. ... Com a ajuda de minha família, amigos e cuidadores, eu enfrentarei a minha morte e penso que terei uma morte decente, que não será definida pelo sofrimento físico, mas pelos aspectos psicológicos, emocionais e espirituais, que fazem toda a diferença.”

As palavras são do médico oncologista e foram escritas no dia 9 de abril de 2013. Lawrence Librach ia completar 67 anos quando descobriu que morreria em pouco tempo. Ele trabalhava no Mount Sinai Hospital de Toronto, no Canadá e dedicou boa parte da vida em defesa dos cuidados paliativos.

O médico não só defendeu os cuidados paliativos, como os aplicou em sua própria vida. Ele morreu em sua casa, ao lado da família, quatro meses depois de descobrir a doença, no dia 15 de agosto de 2013. Realizou o desejo de “estar em casa e no controle das coisas”.

Os Cuidados Paliativos caminham nessa linha: manter a vida ativa enquanto ela durar; dar autonomia ao paciente; controlar os sintomas e a dor; aliviar o sofrimento do doente e da família.

Em 2002, a Organização Mundial de Saúde definiu os Cuidados Paliativos como “uma abordagem ou tratamento que melhora a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameacem a continuidade da vida”.

Cuidados Paliativos não têm nada a ver com deixar de tratar a doença. A prática ganha expressão e importância à medida em que o tratamento, na busca da cura, perde efetividade.

Nessa hora deve ser dado ao paciente e à família o direito de escolha: como conduzir da maneira mais digna e humana possível o tempo de vida que resta.

No Brasil o assunto começou a ser discutido na década de 1990 e, no período de 2006 a 2012, o Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC) realizou quatro workshops sobre Cuidados Paliativos. Os quatro foram supervisionados pelo próprio médico Lawrence Librach.

Uma comissão de profissionais da área médica do IBCC também foi ao Canadá, conhecer de perto as técnicas usadas pelo dr. Lawrence Librach, no Mount Sinai Hospital de Toronto. A experiência deu origem a implantação dos Cuidados Paliativos que existe hoje no hospital.

Para falar mais sobre o assunto, o IBCC realizará uma manhã de palestra e discussões no próximo dia 16 de julho, quinta-feira, às 10 horas, no próprio hospital. O tema “Conscientização em Cuidados Paliativos” vai ser exposto pela especialista no assunto, dra. Cecília Eugênio.

O evento, aberto à população em geral, é gratuito e para participar basta mandar um e-mail para psicologia@ibcc.org.br ou ligar no telefone (11) 3474.4222 ramal 4308.