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Hospital Santa Helena implanta protocolo de sepse

A medida tem como objetivo identificar a síndrome mais rapidamente, possibilitando o tratamento precoce e a cura dos pacientes

Às vésperas de completar 62 anos de fundação, data comemorada em 10 de abril, o Hospital Santa Helena (HSH), de Goiânia (GO), segue atento às inovações na área médica e às exigências do mercado, sempre visando a oferecer a melhor assistência à população. Com esse objetivo, o hospital está implantando mais uma medida voltada para a melhoria da qualidade e da segurança no atendimento aos pacientes. Trata-se do protocolo de sepse, que busca identificar de forma mais rápida esse grave problema que é principal causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em todo o Brasil.

A nova conduta foi apresentada aos médicos e demais profissionais de saúde do Santa Helena durante a palestra do médico intensivista Luciano Azevedo, presidente do Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS). O evento, promovido pelo HSH, foi realizado na noite de 21 de março, em Goiânia. Durante sua apresentação, Luciano Azevedo mostrou a mais recente definição de sepse, determinada em 2016, que conceitua a síndrome como uma disfunção orgânica a partir de uma resposta desregulada do organismo às infecções.

“Antigamente, a sepse era comumente chamada de 'infecção generalizada', mas sabemos que tudo acontece quando o paciente tem uma resposta inadequada para combater um foco de infeccioso, que causa danos em outros órgãos e funções do corpo”, explicou o também pesquisador do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa.

Uma pneumonia ou infecção urinária, por exemplo, já pode desencadear o quadro, segundo Luciano Azevedo. Ele apresentou dados do ILAS que mostram que a chance de morte de pacientes com a síndrome é de 55% no Brasil, enquanto em outros países essa taxa é de 30% a 40%. O País também possui cerca de 30% de seus leitos de UTIs ocupados com pessoas com sepse.

Há duas formas, porém, de melhorar esse quadro: com a prevenção de infecções adquiridas na comunidade (em ambientes não hospitalares) e na assistência médica com a atenção aos sinais indicadores de sepse, como as frequências respiratórias e cardíacas, pressão sanguínea e nível de consciência, informou o especialista. “Medidas de saneamento, lavagem de mãos e vacinação são muito importantes para as pessoas não contraírem doenças que podem desencadear uma sepse. Já no hospital, também é necessária a higienização recorrente aprendida por todos os profissionais de saúde”, afirmou.

Principal desafio

O melhor tratamento da sepse é o diagnóstico e administração de antibióticos com rapidez. “O protocolo vem para lembrar aos profissionais de saúde que há a possibilidade de sepse e, assim, agilizar o tratamento e diminuir o risco de morte”, disse Luciano Azevedo. Ele lembrou também que o protocolo não deve ser implantado apenas na UTI, mas, sim, em todo o hospital.

Para isso, o Hospital Santa Helena treina toda a equipe, de acordo com o coordenador da UTI da instituição, médico Marco Antônio Castilho. Ele concorda que o principal desafio para os profissionais de saúde é identificar e tratar a sepse de forma ágil.

“As pessoas já podem chegar ao hospital com sepse, e, com toda a equipe treinada, podemos identificar rapidamente a situação e também ter medidas de controle de infecção dentro da instituição, como cumprir com todas as etapas de lavagem de mãos, meios de evitar infecções relacionadas aos ventiladores e cateteres, entre outras formas”, relatou.

O farmacêutico Paulo Henrique Pereira, por exemplo, já realiza ações de prevenção da sepse no seu dia a dia. “É definido que o paciente deve tomar antibiótico na primeira hora de internação, mas agora vamos mais a fundo no estudo do controle de infecções”, contou.

O novo protocolo, segundo a enfermeira do controle de infecção Camila Lira, vai reforçar o controle da sepse. “Eu visito diariamente a UTI em busca de sintomas que indiquem sepse e o protocolo vai implementar uma rotina mais organizada e reduzir o uso indiscriminado de antibióticos”, completou.

Ter em mente que sempre há a possibilidade de o paciente ter ou desenvolver a sepse é essencial, alertou Luciano Azevedo. Portanto, para o especialista, eventos como o realizado pelo Hospital Santa Helena e ações do Dia Mundial da Sepse (13 de setembro) são de grande importância para relembrar aos profissionais de saúde a gravidade da síndrome.

Outros protocolos

Além do protocolo de sepse, o Hospital Santa Helena já implantou outras medidas para melhorar o atendimento: as de prevenção de infecções relacionadas à ventilação mecânica, ao cateter venoso central e à sonda vesical, segundo o médico Ângelo Antônio de Carvalho, também coordenador da UTI da instituição. O médico Leonardo Alves, coordenador de pronto-socorro, acrescenta que o protocolo de sepse soma-se também a outros já implantados, como o de AVC e o de dor torácica. “Trabalhamos atualmente com esses dois (protocolos) e cumprimos com as metas que definimos. O de sepse chega para agregar esse ciclo e melhorar as práticas que temos, além de que conseguiremos mensurar os atendimentos dessa síndrome e os resultados deles”, complementou.

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