O avanço do câncer na população brasileira está começando a transformar o cenário da cirurgia plástica. Embora os procedimentos estéticos continuem sendo os mais realizados, as chamadas plásticas reparadoras apresentaram um crescimento três vezes maior em cinco anos. Esse tipo de cirurgia corrige os danos causados pela doença, que neste ano deve registrar quase 600 mil novos casos, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer).
As plásticas reparadoras registraram um salto de 189%, enquanto as cirurgias estéticas aumentaram 61%. Em 2009, o Brasil teve 629 mil cirurgias plásticas realizadas, sendo 170 mil reparadoras (27% do total). Cinco anos depois, as reparadoras já estavam representando 40% das 1,23 milhão de plásticas. “A procura por plásticas reparadoras está cada vez maior e ela é impulsionada pelo câncer. Os tumores subcutâneos representam praticamente 40% dessas cirurgias”, afirma o Dr. Luis Henrique Ishida, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional São Paulo (SBCP-SP).
O restante das reparadoras é motivado por acidentes urbanos, malformações craniomaxilofaciais, defeitos congênitos, queimaduras e acidentes domésticos, entre outras causas.
Destaca-se também a revisão de cicatrizes, que representa 17,1% das reparadoras. Essa é uma das principais complicações de cirurgias plásticas que evoluem mal e que geram a necessidade das chamadas cirurgias secundárias – um tipo de reparadora para corrigir resultados cirúrgicos insatisfatórios. “Isso mostra como é importante ser atendido por um profissional qualificado, ético e que conduza o procedimento em instalações médicas apropriadas”, afirma o Dr. Ishida.
Lipoaspiração, implantes de próteses mamárias, rinoplastia (plástica no nariz), lifting facial estão entre as plásticas estéticas mais realizadas do país e, portanto, também figuram entre as cirurgias secundárias mais realizadas. Cicatrizes muito evidentes, assimetrias, resultados muito artificiais e até a perda da capacidade de expressão do rosto estão entre as reclamações. “É muito importante ajustar a expectativa do paciente à realidade da cirurgia, explicando o que ele pode ou não esperar”, alerta o Dr. Ishida.
Para minimizar os riscos ao realizar uma cirurgia plástica, recomenda-se:
· Procurar um médico que possua título de especialista emitido pela SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) e AMB (Associação Médica Brasileira). Isto pode ser checado no site: www.sbcp.org.br
· Realizar o procedimento apenas em instalações médicas credenciadas;
· Informar ao médico seu histórico de doenças e as medicações em uso; inclusive sobre o uso de suplementos e medicamentos fitoterápicos;
· Realizar os exames solicitados
· Parar de fumar, se solicitado.
· Suspender determinadas medicações, quando solicitado.
Sobre a SBCP-SP
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional São Paulo (SBCP-SP) tem como objetivo defender as boas práticas da cirurgia plástica e incentivar o avanço da qualidade dos atendimentos aos pacientes, através da promoção dos altos padrões de treinamento, ética, exercício profissional e pesquisa científica. A entidade também busca a formação continuada de seus membros e integração com a comunidade para proporcionar educação pública no que se refere aos assuntos da especialidade.