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ANS divulga novas vitórias do Projeto Parto Adequado

A Rede Mater Dei de Saúde integra o Projeto e alcançou 52% de partos normais há quase um ano

De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, a taxa de partos normais entre os hospitais participantes do Projeto Parto Adequado tem se mantido em ascensão e demonstram que as mudanças estabelecidas, após um ano de implantação da iniciativa, são sustentáveis.

Os novos resultados divulgados pela ANS, Hospital Albert Einstein e Institute for Healthcare Improvement – IHI, realizadores do Projeto, revelam que as 40 instituições privadas e públicas mantêm uma média de 31% de partos normais entre o público-alvo das medidas.

Seis meses antes do fim do projeto, 21 hospitais – mais da metade - já atingiram pelo menos 40% de partos vaginais, alcançando marco importante no âmbito da iniciativa.

Durante o encontro dos integrantes do Projeto Parto Adequado, em São Paulo, realizado nos dias 22 e 23 de março, a equipe de Ginecologia e Obstetrícia da Rede Mater Dei de Saúde se destacou ao apresentar uma taxa de 52% de partos normais.

O objetivo é identificar modelos inovadores que valorizam o parto normal e reduzam o percentual de cesarianas desnecessárias na saúde suplementar. Pensando nisso, o Mater Dei apresentou, durante o evento, uma iniciativa pioneira desenvolvida pela própria Rede, o Código Rosa. Trata-se de um serviço de socorro rápido às gestantes que apresentam casos emergenciais que possam colocar em risco à saúde da mãe ou do feto. A partir dele, um time capacitado para esse tipo de atendimento é acionado e faz com que a gestante seja deslocada, de qualquer setor do Hospital, em até cinco minutos, para o Bloco Obstétrico.

Um dos coordenadores da equipe de Ginecologia e obstetrícia da Rede, o médico Carlos Henrique Mascarenhas explica que “essa taxa de partos normais que temos no Mater Dei é a maior entre todos os hospitais brasileiros que prestam atendimentos a pacientes que têm planos de saúde.

Isso reflete o compromisso do Hospital e da equipe médica de obstetras em oferecer o atendimento baseado nos desejos das pacientes que nos procuram e, sempre, na segurança assistencial. E esta taxa foi alcançada mantendo-se os excelentes indicadores de qualidade clínica que já tínhamos na assistência da mãe e do recém nascido”.

Antes mesmo de surgir o Projeto Parto Adequado, a Rede Mater Dei de Saúde desenvolve ações internas, em conjunto com a equipe médica, visando reforçar a assistência individualizada, respeitando sempre o desejo das pacientes. “Quando o projeto foi implantado, nós já estávamos adiantados neste tipo de assistência. Mas ele veio para reforçar nossas convicções de que estamos no caminho certo”, completa Carlos Henrique.

“Desde 2006, o Mater Dei, com uma estrutura de governança clínica, trabalha indicadores de performance do corpo clínico, como o percentual de partos normais. Ao analisar os indicadores, os planos de ação são traçados, como revisão de protocolos, adequação de registro médicos e assistenciais e capacitação da equipe. Com o Mater Dei no projeto Parto Adequado, reforçamos esta cultura, associamos os resultados de aumento de taxa de parto normal aos resultados perinatais e implantamos o código de resposta rápida para emergências obstétricas – Código Rosa. Sempre respeitando a opção dos pais. Há quase um ano, o Hospital Mater Dei tem 52% de partos normais, mantendo a mesma segurança para a mãe e filho, sem qualquer aumento das internações em UTI ou sinais de sofrimento do recém-nascido. Além disso, existe uma equipe especializada em Gestações de Alto Risco, melhorando ainda mais o resultado dos nascimentos que ocorrem no hospital”, afirma a coordenadora do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia e vice-presidente Operacional, Assistencial e Diretora Clínica da Rede Mater Dei de Saúde, Márcia Salvador Géo.

Pensando sempre em aperfeiçoar o atendimento, ainda este ano, o Mater Dei vai contar com uma área para o pré-parto totalmente remodelada, com uma estrutura maior, para oferecer mais conforto aos pacientes. Em breve, também haverá uma reforma na área de Pronto-atendimento da mulher, um local específico para assistência às gestantes que chegam ao Pronto-socorro e que incluirá, também, o atendimento àquelas que precisam do pré-natal de alto risco.

Sobre o Projeto Parto Adequado*

Antes de dar início às medidas para reduzir as cesáreas desnecessárias, os hospitais e maternidades apresentavam, em média, 22% de partos normais. Passado 12 meses, o grupo registrou um aumento de nove pontos percentuais na taxa de partos vaginais entre as gestantes atendidas nessas instituições que são alvo das mudanças implementadas. O resultado positivo se deu mesmo durante as festividades de final do ano, período em que se acredita que há um notório aumento das cesarianas agendadas sem necessidade.

Outros indicadores monitorados também têm apresentado resultados que corroboram a eficácia das medidas, entre os quais as admissões em UTI neonatal decorrentes de cesáreas prematuras. Seis hospitais já conseguiram reduzir as internações, com índices que variaram de 29% a 67% de queda. No Brasil, 25% dos óbitos neonatais e 16% dos óbitos infantis estão relacionados à prematuridade. Quando não tem indicação médica, a cesárea ocasiona riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê: aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. Além dos riscos para o bebê, a internação em UTI neonatal eleva sobremaneira os custos hospitalares.

“Continuamos avançando de maneira muito rápida e consistente, consolidando o que já havíamos cumprido e avançando ainda mais, com resultados que eram esperados apenas em setembro”, avalia a diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira. “Além disso, estamos observando mudanças positivas também em um dos indicadores mais importantes - redução da admissão em UTI neonatal -, o que nos dá a certeza de estarmos no caminho certo”, conclui, destacando que os modelos testados no projeto serão futuramente disseminados para todo o país.

Para o diretor superintendente do Hospital Albert Einstein, Miguel Cendoroglo, a importância da educação e da mudança cultural é o que trará mais benefícios. “O que se aprende nos encontros é levado para as pacientes também, seja em forma de campanhas, ou em forma de um atendimento diferenciado e mais humanizado”, ressalta.

“O IHI está muito orgulhoso de estar envolvido em um projeto que vai ter impacto não apenas no Brasil, mas na América Latina e no mundo”, destaca Pedro Delgado, diretor-executivo e coordenador regional do IHI na América Latina e Europa. “É uma iniciativa inovadora e pioneira. Estamos no caminho certo, mas ainda há muito a conquistar”, avalia.

Mudanças - Para atingir esses resultados, os hospitais privados e públicos que participam do projeto Parto Adequado estão promovendo melhorias na infraestrutura hospitalar, nos processos de trabalho e incentivando mudanças culturais. As medidas têm possibilitado a incorporação de equipe multiprofissional, promovido a capacitação dos profissionais para ampliar a segurança na realização do parto normal e a revisão das práticas relacionadas ao atendimento das gestantes e bebês, desde o pré-natal até o pós-parto. Tudo isso com o engajamento do corpo clínico, das equipes e das próprias gestantes.

No Brasil, o número de cesáreas entre os beneficiários de planos de saúde chega a 84,6% (dado de 2015). É um índice alarmante, especialmente se considerarmos que a Organização Mundial da Saúde - OMS recomenda um índice de partos cirúrgicos não superior a 15%. A redução da taxa de cesáreas desnecessárias entre os hospitais que integram o Parto Adequado equivale ao salto que o índice deu em praticamente uma década – de 2006 a 2015 -, período em que o número de cesáreas na saúde suplementar passou de 75,5% para quase 85%.

Trinta e duas operadoras de planos de saúde também participam do projeto. O apoio se dá com a orientação e direcionamento das beneficiárias que desejarem o parto normal na rede de prestadores, criação do Espaço Parto Adequado em seu portal eletrônico, priorização dos interesses das gestantes e suas famílias na organização e avaliação de viabilidade financeira dos modelos assistenciais inovadores a serem implementados nos hospitais apoiados, com a construção de propostas para financiamento.

*Dados da ANS.