Experiência e engajamento dos pacientes são termos que têm ganhado muita atenção e foco do setor de saúde em todo o mundo. A explicação é simples: os pacientes estão no centro do cuidado e se tornam cada vez mais ativos, sobretudo, por conta do acesso rápido e fácil a informações. Por esse motivo, não somente demandam assistência de qualidade, como também desejam e precisam estar envolvidos com seus tratamentos para que, juntamente com os profissionais e instituições de saúde que o atendem, busquem o melhor desfecho possível.
Nesse sentido, a tecnologia se apresenta como uma aliada fundamental tanto para quem presta quanto para quem recebe a assistência, defende Saulo Areas, diretor comercial para o Brasil da GE Healthcare. “Buscar soluções menos invasivas para a obtenção de diagnósticos permite ao médico focar na parte mais humana do atendimento, ponto fundamental da relação entre profissional e paciente. Soluções mais efetivas muitas vezes diminuem o tempo do paciente dentro do hospital e permitem um tratamento mais eficaz, aumentado sua segurança e bem-estar”, afirma.
Além disso, entram em discussão as soluções interoperáveis e que facilitam a coleta, armazenamento e a interpretação dos dados clínicos dos pacientes. “A disponibilização dos dados clínicos para os pacientes, a capacidade de interação eletrônica com a equipe assistencial e o acesso à literatura de orientação específica para o melhor manejo clínico das condições de saúde, por exemplo, fazem total diferença nos resultados das terapias instituídas. O resultado é uma melhor comunicação entre pacientes e profissionais de saúde em geral”, reflete Raimundo Nonato, physician executive da InterSystems Brasil.
Para Nonato, o empoderamento dos pacientes é consequência natural da evolução do acesso à informação em geral na sociedade contemporânea. Porém, é preciso se atentar a alguns malefícios que podem derivar dessa participação ativa dos assistidos. “Os pacientes já chegam aos profissionais de saúde após uma consulta prévia, com implicações bastante questionáveis, a partir das consultas em ferramentas de busca, e naturalmente desejam ser ativos na sua tomada de decisão e opções de condução das suas situações clínicas”, pontua o executivo.
Apesar de algumas ressalvas, Areas reitera que a transformação digital é extremamente benéfica para toda a cadeia do setor de saúde. Nonato acrescenta que, para efetivamente colher os benefícios das tecnologias, as instituições do setor devem aliá-las à gestão eficaz e focar na personalização e qualidade da assistência sem renunciar à ética.
“Do ponto de vista do corpo clínico, há eficiência na conduta médica por conta dos resultados mais precisos e de um armazenamento das informações do paciente de maneira mais organizada e integrada. Já quando se fala em experiência do paciente, essa conectividade entre o corpo clínico e a inovação tecnológica melhora a segurança, uma vez que o médico passa a ter mais liberdade para se concentrar em quem mais importa: o paciente. Nesse sentido, resultados mais precisos e o armazenamento de dados melhoram a análise clínica do paciente, evitam a repetição de exames e diminuem o tempo de tomada de decisão sobre procedimentos, por exemplo”, conclui Areas.