A sepse, popularmente conhecida como infecção generalizada, responde por 25% da ocupação de leitos de UTI no Brasil e é a principal causa de morte nessas unidades, segundo o Instituto Latino Americano da Sepse (Ilas). Não existe um levantamento específico sobre o impacto da infecção especificamente nas crianças, mas o Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, de Joinville (SC), identificou o desfecho clínico como causa principal de mortes da instituição, em torno de 35% do total de óbitos.
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Diante desta constatação, evidenciada pela Comissão de Óbitos do hospital, equipes de médicos, enfermeiros, farmacêuticos e profissionais da TI se organizaram para a elaboração de um protocolo de sepse e incorporação no prontuário eletrônico do paciente (PEP).
O objetivo era detectar precocemente os pacientes de risco. Para isso, os profissionais envolvidos diretamente na elaboração revisaram a literatura existente e enviaram proposta à TI, que viabilizou o alerta automático no PEP e SMS para supervisores de plantão quando algum sinal vital compatível com o quadro séptico se alterasse. O protocolo, implantado em abril de 2014, contempla sinais como frequência respiratória, cardíaca, oximetria, temperatura axilar, pressão arterial e ainda resultados de exames laboratoriais.
Depois do aviso em tempo real, checa-se novamente os sinais vitais e, conforme a necessidade, é aberto um protocolo de sepse e todas as medidas clínicas são imediatamente tomadas para prevenir a piora do paciente.
Tínhamos em torno de 35% de óbitos por sepse, hoje estamos com 18%. A taxa de mortalidade geral diminuiu em 50% para a sepse, comemora o diretor técnico do hospital, Tiago Neves Veras. Houve também diminuição do tempo para o início do antibiótico e para expansão volumétrica em menos de uma hora.
O Hospital Infantil, de 150 leitos e gerido pela Organização Social Hospital Nossa Senhora das Graças de Curitiba, é um exemplo para o SUS, pois tem seus processos informatizados tanto internos quanto externos. A TI é envolvida em todas as discussões de melhoria, ressalta a diretora geral do Hospital, Irmã Ivete Negreli.
Para mim a TI é tão ou mais importante que os setores de assistência, pois realiza uma gerência totalmente estratégica, afirma Veras, lembrando que hoje o departamento é composto por sete profissionais.
É comum o discurso de que o mais trabalhoso não é a questão tecnológica, mas o engajamento das pessoas. Para Veras esse continua sendo o maior desafio, fazer com que todos, das mais variadas formações e características, entendam a importância deste novo processo.
A entidade gastou cerca de R$ 5 mil com o projeto, incluindo campanhas de sensibilização e treinamento adaptado para cada setor.
Atualmente a maior demanda da instituição é via pronto-socorro, que mensalmente oferece aproximadamente seis mil atendimentos, sendo referência para 25 municípios das regiões norte e nordeste de Santa Catarina. Por isso já está em franca aplicação um protocolo de urgência e emergência, também integrado ao PEP.
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