Incremental ou disruptiva, a inovação é buscada por gestores de todos os setores da economia, dentro ou fora da saúde, já que com ela surgem novas oportunidades de negócios e melhorias para redução de custos e aumento da produtividade. A dificuldade está em fomentá-la em meio a processos, metas, métricas e o dia a dia corrido, especialmente em ambientes hospitalares. Para o superintendente do Hospital Brasília e Maternidade Brasília, Erickson Blun, que será palestrante do Hospital Innovation Summit, mesmo nesse ambiente sério e atribulado, é possível envolver as pessoas e levá-las a contribuir com sugestões inovadoras para melhorar a produtividade dos hospitais. Leia a entrevista.
Quer saber mais sobre inovação em hospitais? Inscreva-se para o Hospital Innovation Show
Saúde Business: Hospitais costumam ser vistos como ambientes sisudos, com muitos protocolos e regras. Como estimular a inovação nesse cenário?
Erickson Blun: Na saúde, há um mantra que relaciona inovação à tecnologia e isso é levado muito a sério. A inovação, porém, está nas pessoas. É ótimo investir em TI e tecnologias assistenciais, mas são as pessoas que fazem a diferença na inovação e na produtividade. Para estimulá-las, é preciso que elas se sintam parte da empresa e da estratégia. Se o sentimento do colaborador for de que ele é só mais um funcionário no processo, ele não vai querer inovar. Outro ponto para estimular a criatividade é trabalhar com os sentidos. A inovação é sensorial: envolve tato, olfato, audição, paladar, visão e, nessa época que vivemos hoje, conexão.
SB: Por favor, cite exemplos ou cases de inovação que aumentaram a produtividade em hospitais.
Blun: Fora do ambiente de saúde, temos os exemplos do Google e Facebook, com seus ambientes abertos e criativos. Na Saúde, precisamos tirar as pessoas de suas zonas de conforto. No Paraná, eu levava os colaboradores para reuniões na praia. Aqui em Brasília, periodicamente temos o lanche com o diretor, em que as pessoas se sentam na grama, sem os sapatos, e apenas as equipes da ponta participam, sem os supervisores, justamente para que não se sintam tolhidos. É open minded, para que a pessoa que está no dia a dia de um determinado processo ou procedimento nos conte o que ela acha que funciona melhor ou não. Com isso, já conseguimos melhorar a comunicação interna e externa, e aprimoramos diversos processos, com novas medidas simples e práticas.
Outro caminho para a inovação é ouvir os demais players do setor. Convidamos executivos de operadoras, por exemplo, para fins de semana em hotéis-fazenda, em que a simples mudança de ambiente e o relacionamento mais próximo permitem que as pessoas saiam da caixa, se libertem e passem a dar suas sugestões, porque sentem que realmente fazem parte da estratégia.
SB: Inovações costumam encontrar resistências, por tirar as pessoas de situações conhecidas e de suas zonas de conforto. Como superar isso?
Blun: Isso depende muito da cultura da empresa e do que é feito pelos líderes. O líder precisa ser acessível. Se é sisudo e distante e muda de uma hora para outra, soa falso. Esse executivo precisa estar no front, saber os nomes das pessoas, conhecer suas histórias pessoais. Quando o colaborador sente que tanto ele quanto o diretor fazem parte do mesmo time, que formam uma família, se estabelece uma relação de confiança e amizade, ele sabe que vai ser ouvido. Aí a produtividade brota, as pessoas se libertam e fazem a inovação acontecer.
Serviço – A Live Healthcare Media convida você a participar desse debate no Hospital Innovation Summit, que acontecerá dentro do Hospital Innovation Show.
O quê: Hospital Innovation Summit
Onde: Hospital Innovation Show – Centro de Convenções Rebouças (Av. Rebouças, 600 – Pinheiros, São Paulo – SP – CEP 05402-000)
Quando: 28 e 29 de setembro de 2015