O mundo nunca enfrentou desafios de tamanha magnitude: consumo excessivo de recursos naturais finitos, mudanças climáticas e a necessidade de fornecer água potável, alimento e melhores condições de vida para uma população global cada vez maior. Decisões tomadas para enfrentar estes desafios devem estar embasadas em informações claras e compreensivas; mas, como o Príncipe de Gales disse, estamos no momento lutando para enfrentar desafios do século 21 com, na melhor das hipóteses, sistemas de relatórios e de tomada de decisão do século 20.
Diante deste desafio, em 2010, o Projeto do Príncipe de Gales para a Sustentabilidade (A4S)** e a Global Reporting Initiative (GRI)*** formaram o IIRC (
O IIRC tornou-se uma coalização global de reguladores governamentais, investidores, empresas, organismos de normatização, representantes do setor contábil, auditorias, universidades, ONGs etc.
A missão do IIRC é de criar uma estrutura globalmente aceita de contabilidade para a Sustentabilidade. Uma estrutura que reúna informações financeiras, ambientais, sociais e de governança em um formato claro, conciso, consistente e comparável em síntese, em um formato integrado. A intenção é de contribuir com o desenvolvimento de informações mais abrangentes e compreensíveis sobre o desempenho total de uma organização, tanto prospectiva quanto retrospectivamente, para atender às demandas de um modelo econômico emergente e mais sustentável.
O papel do IIRC é o de responder à demanda de uma estrutura integrada de relatórios que seja concisa, clara, consistente e passível de comparações, refletindo os objetivos estratégicos da organização, seu modelo de negócios e governança, e integrando tanto as informações financeiras quanto as não financeiras.
Hoje mais de 90 organizações em 11 países elaboram o seu relatório anual de acordo com as diretrizes do IIRC, sendo a NHS (Sistema de Saúde inglês) a única organização de prestação de serviços de saúde no mundo que aderiu ao projeto piloto.
Em 2014, tivemos no CRC/SP (Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo) o lançamento das diretrizes do Relato Integrado em português, com a presença de apenas duas organizações de serviços de saúde
O desafio esta lançado!!!!
*O titulo do post e parte das informações, são do Trabalho realizado pelos professores Nelson Carvalho da (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade FEA/USP e Membro do IIRC) e José Roberto Kassai (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade FEA/USP) no XV Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente. Para acessar o trabalho completo, acesse:
http://www.erudito.fea.usp.br/portalfea/
**O projeto A4S foi lançado em 2004 por Sua Alteza Real o Príncipe de Gales para desenvolver sistemas de relatórios e de tomadas de decisão que consideram as consequências mais amplas e de longo prazo das ações que são capazes de responder aos desafios de sustentabilidade do século 21.
Mudanças climáticas e o consumo excessivo de recursos naturais finitos apresentam riscos significativos que terão impacto profundo sobre a sociedade e a economia. O projeto A4S trabalha com negócios, investidores, governos, a classe contábil, acadêmicos, e a sociedade civil para construir um consenso internacional sobre a necessidade de uma estrutura integrada de relatórios que seja aceita de modo geral, e também para desenvolver diretrizes e ferramentas básicas para incluir sustentabilidade nos processos de tomada de decisão.
***Global Reporting Initiative (GRI) tem sido pioneira no desenvolvimento das diretrizes para os relatórios de Sustentabilidade e está comprometido com sua contínua melhoria e aplicação no mundo todo e a sua completa compatibilidade com o Relato Integrado que está sendo desenvolvido pelo IIRC. Sua estrutura estabelece um conjunto de princípios e indicadores que as organizações utilizam para medir e reportar voluntariamente sobre seus desempenhos nas dimensões econômica, social, ambiental e de governança. Na versão G4 do GRI, incentiva-se focar sobre os impactos que são mais relevantes e estratégicos para o negócios, a intensidade energética e de emissões por unidade de produto e se a diretoria tem alguma com a sustentabilidade.