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Por que deu um apagão na seleção? O que poderia ter sido feito?

Se os nossos jogadores tivessem desenvolvido mindfulness provavelmente não se perderiam nos pensamentos e emoções que surgiu a cada gol do time adversário, evitando o apagão e resgatando a capacidade para lidar com a situação que se apresentava.

Pressão,

desfalque, falta de planejamento, má gestão de crise, incompetência do técnico,

escalação errada, falhas dos nossos jogadores, e ao mesmo tempo, qualidade

dos jogadores e do time alemão. Estes e outros motivos podem ser elencados

como os responsáveis pela maior derrota do país dentro (e fora) de casa. Pelo

menos é isso que podemos ler na web.

Nesta

catástrofe (pelo menos para os apaixonados pela seleção canarinho), um fato que

chama atenção e merece ser analisado foi o Brasil ter tomado 4 gols em

apenas 6 minutos do primeiro tempo (23’, 24’, 26’e 29’). Podemos chamar isso de

um apagão, ou seja, um colapso generalizado das atividades dos nossos jogadores.

Mas, por que isso aconteceu?

Faltou

equilíbrio emocional em nossos jogadores, ou seja, faltou mindfulness.

Mindfulness, de forma simplificada, é estar totalmente presente, simultaneamente alerta e

relaxado. Estando inteiramente alerta, no aqui e no agora, não há espaço

para outros pensamentos. Isto envolve relaxamento e concentração, resultando em estabilidade

mental e equilíbrio emocional. Mindfulness é uma

habilidade usada em diversas áreas, como na Medicina e na

Psicologia, bem como na gestão em empresas de vanguarda.

Esse tipo de reação emocional

negativa ocorre quando somos tomados pelo sistema límbico (centro das emoções

que reage a estímulos a partir de memórias antigas gravadas no nosso sistema

emocional). Isso acontece em momentos de stress e é uma defesa primitiva do

nosso organismo. Podemos até dizer que nesses momentos ficamos burros

emocionalmente por algum tempo. Às vezes muito tempo!  Com a prática do

mindfulness convidamos e treinamos outras áreas da mente para nos ajudar .

Essas áreas nos permitem agir assertivamente e em curto espaço de tempo, e nos

tornamos mais proativos e menos reativos (sem violência, apatia, branco e

reclamações).

Temos

muitos exemplos de profissionais e equipes de alta performance que já se

utilizam desta fundamental ferramenta. Um dos maiores vencedores do MMA e

invicto, Rickson Gracie, praticava meditação, uma das formas de se referir ao

mindfulness. A equipe de Seattle Seahawks venceu o último Super Bowl americano

usando a meditação. Seu técnico, Carroll, introduziu esta técnica em 2011 na

equipe e a reconhece como o que fez diferença para se consagrarem campeões.

Se

os nossos jogadores tivessem desenvolvido esta competência, provavelmente não

se perderiam nos pensamentos e emoções que surgiu a cada gol do time

adversário, evitando o apagão e resgatando a capacidade para lidar com a

situação que se apresentava. A presença minuto a minuto evita que o medo

e a confusão mental se manifestem de forma tão devastadora, a ponto

de bloquear as reações adequadas ao que a realidade exige.

Como

disse Felipão, foi a pior derrota para o Brasil. Mindfulness também endereça

isso, já que o passado e o futuro não importam, exceto o momento presente. No

aqui e agora, o que nos resta é aprender e fazer a lição de casa para não

apagarmos novamente.

Na

nossa seleção, bem como nas empresas, o desenvolvimento de mindfulness na

equipe pode fazer a diferença. Isso implica em reconhecimento de sua

importância e uso contínuo de determinadas técnicas. Os benefícios são inúmeros,

como inteligência emocional, auto-controle, criatividade, produtividade,

relacionamentos mais harmoniosos, performance, motivação, bem estar etc.

As

pessoas da sua empresa também correm o risco de sofrer um apagão? E você vai

fazer o quê? Ficar parado, esperando o que vai acontecer em 2018?