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Na luta principal de hoje: Fornecedor de OPME x Hospital

Os conflitos entre fornecedores de OPME e Hospitais agravam-se a cada dia, tornando o que deveria ser uma relação comercial em prol do paciente um verdadeiro combate entre pugilistas.

No combate de hoje, temos de um lado do ringue o hospital pretendendo manter suas margens de comercialização diante das investidas das operadoras para reduzir os custos de materiais. Em seu cartel de lutas há a busca permanente pela readequação de preços em níveis menores, a visão unilateral de que todas as falhas estão nos agentes externos e o receio de glosas em suas contas hospitalares. Na imprensa seguem os rumores de que seu treinador insiste em adotar métodos antigos, tais como a sustentabilidade financeira baseada na venda de produtos.

Seu oponente, o mercado fornecedor de OPME, possui como característica a flexibilidade. Conhecido por ser um lutador que nem sempre segue as regras, costuma argumentar que a vida e os juízes o obrigam a ser, eventualmente, sujo. Seu empresário, trajado em um belo terno branco, o observa da primeira fila à espera dos dividendos que receberá tão logo termine a peleja.

E começa a luta: 

O hospital toma a iniciativa, desferindo com agressividade, um pedido de 03 orçamentos com prazo de devolução máximo em 48 horas. 
O mercado fornecedor se esquiva com habilidade, devolvendo apenas 02 propostas com preços diferentes, mas com origem do mesmo braço. 

Na sequência, ele agarra o hospital em um clinch fazendo o tempo passar.

O hospital reclama que o mercado está fugindo da luta e o juiz o adverte informando que sem 03 cotações não poderá abrir a contagem.

Soa o gongo, e termina o 1º round.. 

Hospital vai para o corner e recebe instruções do técnico que exige maior combatividade. “Derruba ele”- grita

Do outro canto, o mercado troca olhares com o empresário que, com um simples balançar de cabeça, cobra a finalização do combate no próximo período.

Os lutadores retornam e começam a trocar jabs. O hospital golpeia o adversário com a promessa da suspensão de fornecimento. Imediatamente recebe o contra-ataque: a preferência médica bem no meio do queixo. E sente o golpe.

Cambaleante, o hospital finalmente consegue uma sequência de 03 orçamentos e espera que o juiz inicie a contagem. 10,9,8,7,6,5,4... 

Duas semanas depois volta a confirmação de que apenas um dos socos foi validado e o mercado fornecedor se ergue a poucos segundos do término do 2º round.

Apoiado nas cordas, sentado no banquinho, o hospital se queixa do juiz e começa a ter dúvidas quanto à vitória. O mesmo sentimento é compartilhado pelo oponente, tão cansado quanto.

Inicia-se o 3º round: finalmente uma luta franca. O mercado fornecedor entrega seus OPME’s à CME, os produtos são assimilados pelo hospital e logo depois seguem para a sala cirúrgica. Uma nobre arte, com certeza.

O assalto está equilibrado, e ambos os lutadores, cansados, demonstram satisfação com um possível empate.

Soa o último gongo da noite. Todos agora esperam a decisão final. Quem venceu? Quem perdeu?

O apresentador se dirige ao centro do palco, baixa o microfone e começa a falar ao público.
 
- Senhoras e senhores: Por decisão unânime, o júri declara que o derrotado foi... o paciente.

Disponível também em www.condutasaude.com.br