A cada dia ouvimos reportagens ou lemos artigos e reportagens tratando da questão preocupante dos custos atrelados a prestação de serviços de saúde e, por consequência, da dificuldade de gerir empresas nesse ramo de negócio. A economia do país, nos momentos recente e presente, tem demonstrado sinais de que as coisas não caminham bem. Fraco crescimento, inflação tomando fôlego, indústrias em ritmo lento, entre outros destaques, denotam que as empresas necessitam adotar meios e estratégias para se enquadrar em um novo contexto econômico, diferente daquele que, nos últimos anos, fizeram resgatar e ainda impulsionar um sentimento de que iríamos entrar em novo período de. sucessos. A economia mundial também enfrentou um período de incertezas e dificuldades e somente agora começa a dar alguns sinais de modesta recuperação.
Os padrões internacionais de acreditação, aplicados pela Joint Commission International (JCI), agência acreditadora da qual o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) é representante exclusivo no Brasil, são criados com base no monitoramento dessas realidades e contextos a nível mundial. É condição fundamental que os padrões estejam direcionados no objetivo de contribuir, de forma efetiva, com a melhoria da qualidade e segurança dos sistemas e serviços de saúde, conforme seu enquadramento nos contextos e cenários locais, regionais ou internacionais.
A nova edição do Manual Internacional de Padrões para Acreditação de Hospitais da JCI, vigente a partir de 01 de abril de 2014, trouxe como grande mudança a revisão, atualização e ampliação do capítulo de padrões que tratam do Governo, Liderança e Direção da instituição. Entre os requisitos de atualização, foram incorporados elementos que tratam da gestão baseada em evidências da análise do custo e eficiência da instituição. O propósito é analisar e monitorar os principais impactos, de alcance global e setorial, que efetivamente garantam a manutenção do negócio do hospital, segundo a visão e missão estabelecidas pela sua estrutura de Governo, Liderança e Direção.
A primeira necessidade é o gerenciamento direto do programa de qualidade e segurança do hospital. O manual destaca: A estrutura de Governo aprova ou estabelece todos os programas e políticas do hospital e aloca recursos para cumprir a missão do hospital. Uma responsabilidade importante é desenvolver esforços e direcionar recursos de forma que garanta e apoie a melhoria contínua da qualidade e segurança do paciente. Esse investimento importante na qualidade precisa ser planejado, receber recursos adequados e ser monitorado com relação ao progresso.
A necessidade de gerenciamento efetivo é tratado no manual conforme a seguir: A liderança do hospital avalia o impacto das melhorias. Medir a eficiência de um processo clínico complexo e/ou identificar reduções no custo e no uso de recursos após a melhoria de um processo são exemplos. Medir o impacto de uma melhoria ajuda a compreender os custos relativos do investimento em qualidade e o retorno humano, financeiro e outros retorno sobre esse investimento. A liderança do hospital apoia a criação de ferramentas simples para determinar o uso de recursos do processo antigo e para avaliar um processo novo. É importante compreender como o impacto de uma melhoria no resultado do paciente, o custo relativo e a resultante eficiência do processo contribuem para o estabelecimento de prioridades melhores no futuro, no nível da instituição como um todo e no nível do departamento/serviço. Quando essas informações gerais do hospital são combinadas, a liderança consegue compreender melhor como alocar os recursos disponíveis para melhorar e garantir a qualidade e segurança do paciente.
É importante, portanto, entender que um programa de acreditação pode contribuir de forma direta para o estabelecimento de um modelo ou método de gestão de uma instituição de saúde, uma vez que contempla requerimentos não somente para os aspectos essenciais da missão do hospital, que é cuidar de pacientes, mas também da manutenção e garantia de sobrevivência de seu negócio como empresa.