Passados dois anos, o campo da saúde tem sido um dos principais protagonistas de uma pandemia sem precedentes no século XXI, fato que mudou radicalmente o contexto social, econômico e até cultural em que vivemos. “A pandemia de Covid-19 trouxe desafios para os sistemas de saúde que permitirão que governos, comunidade médica e população em geral revejam aspectos essenciais para enfrentar situações que ameaçam a saúde pública no futuro”, disse Giuliana Gregori, diretora de Healthcare & Advocacy da LLYC no Brasil.
Os diferentes setores da saúde, a indústria farmacêutica, profissionais, instituições, pacientes, investigadores, cientistas e todas as empresas do setor, terão de se adaptar e adotar medidas, cada uma da sua esfera de responsabilidade e ação, para preservar a saúde pública, responder às novas necessidades dos pacientes, tornando os sistemas cada vez mais eficientes e sustentáveis e garantindo o acesso à saúde de qualquer parte do mundo.
O relatório IDEAS LLYC inclui 12 tendências Healthcare em escala global, que poderão transformar o futuro da saúde:
- Transformação digital a todo vapor. É hora de investir em processos estruturais baseados em novas tecnologias, planejar e adotar medidas para promover uma verdadeira transformação digital do setor de saúde, criando sistemas de saúde modernos e interligados.
- Sustentabilidade e saúde: conectados para um futuro juntos. É preciso procurar soluções e medidas, não só a nível regulamentar, mas também ao nível da sensibilização e aumento da informação da população em geral para que, a partir do empenho individual, se reduza o impacto ambiental.
- Uma saúde unificada para garantir o bem-estar coletivo. O objetivo é unificar esforços e promover a colaboração entre diferentes disciplinas (veterinária, médica, ambiental, pesquisa, saúde pública, instituições) para trabalhar local, nacional e globalmente com o objetivo de alcançar a saúde ideal para humanos, animais e o planeta.
- Equidade em saúde: um desafio complexo de longo prazo. Referimo-nos à equidade entendida como igualdade de cuidados de saúde e acesso a medicamentos em todos os cantos do planeta. Vários dados mostram que estamos muito longe de alcançá-lo e que há muito trabalho a ser feito.
- Saúde Mental: a pandemia silenciosa. A integração da saúde mental na atenção primária é uma prioridade. E a partir da comunicação, é preciso dar voz a esses pacientes e tornar visíveis as patologias que prejudicam a saúde mental para aproximá-los da sociedade, normalizá-los, diminuir os estigmas associados e libertar muitos pacientes que ainda estão calados sobre sua condição.
- Doenças não-transmissíveis (DCNT): o desafio de preencher a lacuna após a pandemia. As circunstâncias da pandemia provocaram atrasos nos programas de rastreio e diagnóstico, cancelamento de consultas, aumento de listas de espera cirúrgica, etc., que impactaram estes doentes.
- Salud Silver: um cuidado ao envelhecimento da população. Essa tendência de envelhecimento e aumento da expectativa de vida levará a um maior número de pacientes crônicos que necessitarão de cuidados, acompanhamento e tratamento para manter sua qualidade de vida.
- Nanomedicina e Genômica: a medicina personalizada do futuro. A nanomedicina é a aplicação da nanotecnologia no campo da medicina. Contempla o nanodiagnóstico, que permitirá avanços no tratamento precoce de doenças; nanoterapia, que já está sendo utilizada para pesquisas, principalmente em doenças como câncer ou doenças degenerativas.
- A tendência das empresas farmacêuticas será garantir modelos de acesso inovadores onde as terapias sejam reconhecidas pelo valor que trazem para a sociedade e não pelo preço que implicam para os sistemas de saúde.
- O poder das empresas e da colaboração público-privada. Graças ao poder de colaboração entre as empresas e as esferas pública e privada para o bem comum, uma vacina contra a COVID-19 foi alcançada em vários meses. Um marco que, sem cooperação empresarial, ou sem colaboração público-privada, levaria entre 10 e 15 anos.
- Do cuidado à doença, à democratização da atenção à saúde: prevenção e autocuidado. Alcançar uma democratização que permita atingir todas as camadas sociais e faixas etárias para que internalizem esses dois planos.
- Divulgação Científica: novos canais e fontes de informação. É importante que informações rigorosas estejam disponíveis nos canais onde nosso público está: o paciente e a sociedade. Mas também que as vozes com critérios e autoridade para informar sobre saúde (profissionais de saúde, cientistas, pesquisadores, sociedades científicas, associações de pacientes etc.), estejam ativamente presentes nesses canais.