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Automação Robótica de Processos: as promessas do RPA para a Saúde

Com a tecnologia, robôs automatizam processos repetitivos e permitem reconhecimento de documentação como laudos e recibos; adoção exige mapeamento interno.

Usar ferramentas de software, algoritmos e inteligência para automatizar serviços recorrentes diminuindo o esforço humano e aumentando a qualidade dos resultados. Este é o principal papel da Automação Robótica de Processos (Robotic Process Automation, ou RPA), tecnologia que ganha cada vez mais popularidade no setor de Saúde. Segundo Valéria Nery, gerente de BPO na everis Brasil, há inúmeras atividades administrativas que podem ser beneficiadas com o uso de RPA. “Os processos manuais e os papéis saem de cena e são substituídos pela tecnologia. Assim, a mão de obra ganha tempo e pode ser aproveitada de forma mais estratégica”, diz.

Valéria ressalta que o setor de Saúde tem grandes oportunidades com o uso da tecnologia, uma vez que o segmento trafega por grandes inovações na parte médica, mas ainda sofre com a burocratização de processos. “Temos esse contraste: uma medicina muito evoluída e um backoffice com processos arcaicos. Há muito espaço para melhorias e o RPA é um caminho importante para isso”, diz.

As ferramentas de RPA podem ser usadas em todo o setor administrativo de hospitais, clínicas e laboratórios. Há oportunidades em frentes como faturamento, área de precificação e cobrança, por exemplo. Além disso, algumas tecnologias permitem reconhecimento de documentação como laudos, carteirinhas, recibos e notas fiscais. “Há algumas inteligências prontas que podem automatizar processos, mas o desenvolvimento é feito com base nas necessidades e desafios do estabelecimento de Saúde”, afirma.

Na prática

Valéria ressalta que grandes instituições de saúde implantaram RPA nos processos administrativos e colhem bons resultados. “Os funcionários que cuidavam de tarefas repetitivas agora podem ser remanejados para áreas estratégicas e mais produtivas”, explica. Segundo ela, as vantagens passam por eliminação de erros humanos, uma vez que os robôs seguem padrões constantes; ganho de tempo, já que não há necessidade de cumprir horário comercial e os softwares podem rodar 24 horas; escalabilidade e redução de custos.

Porém, mais do que colocar robôs para realizar as atividades, a executiva destaca que os hospitais, clínicas e laboratórios precisam se preparar para essa mudança. Antes de implantar a tecnologia, os estabelecimentos devem realizar um mapeamento do negócio, de olho no retorno do investimento. “É preciso estudar se vale à pena automatizar. Questões como potencial de volume crescente, problemas pontuais em determinadas áreas e capacitação de profissionais devem ser analisadas”, diz.

Para garantir a eficácia do RPA, Valéria aconselha que sejam levados em conta três passos do pensamento produtivo, uma abordagem estratégica desenvolvida pela everis: Thinking (pensar em como transformar aquela operação em algo mais inteligente), Design (redesenhar os processos para essa nova realidade) e Building (construir uma plataforma de orquestração de processos que divida as atividades entre humanos e robôs). “A inteligência artificial só é produtiva quando há delimitação de espaço e atividades. Por isso, não basta apenas automatizar processos, é preciso redesenhar o negócio”, conclui.

TAG: Everis