Conversei com Rodrigo Lopes, CEO do Hospital Leforte, sobre a jornada do paciente.
Sobre essa questão é muito comum ouvirmos que o “usuário não sabe usar o sistema de saúde” e, para Lopes, essa é uma questão que necessita de uma reflexão, uma vez que, para ele, o brasileiro não está sensibilizado a prevenção. É preciso pensar então em uma forma mais macro sobre o modelo de saúde, dado que não cabe aqui uma resposta binária, é preciso ampliar a visão com relação à educação, qualidade de vida e acesso.
Acerca do cenário de saúde, os pacientes contam com mais opções, escolhas e responsabilidades quando se trata de gerenciar os seus próprios cuidados. Manter o paciente engajado e envolvido é algo que requer educação, visto que tratar pacientes crônicos em um país que ainda conta com poucos estímulos e investimentos em prevenção é algo que precisa de uma participação de todos os atores. Só assim, a promoção de saúde se torna algo que faz parte da realidade dos usuários, e que tende a impactar na redução do uso do pronto socorro e na gestão da sinistralidade, por exemplo.
Com relação às lições que podemos tirar de outros sistemas, Lopes afirma que temos que aprender a conhecer a experiência de outros lugares, centros de excelência. Por isso, devemos repensar em modelos sustentáveis que contemplem saúde primária, prevenção e modelos de remuneração que possam ser baseados não apenas no uso, e sim no resultado. Isso implica em explorar as grandes práticas, conhecer a fundo as nossas necessidades, para que assim possamos buscar novos modelos.
Dessa maneira, os hospitais, clínicas e laboratórios devem acompanhar a mudança, as tendências, se mostrarem receptivos para a adoção da tecnologia, já que a jornada do paciente significa apostar em um modelo de gestão e atendimento centrados nas reais necessidades de quem usa o serviço.
Em balanço deste ano para o Hospital Leforte, Lopes diz que a instituição buscou trabalhar de maneira enxuta sem deixar de buscar melhorias continuamente, realizando investimentos no check-in no pronto-socorro, um aplicativo semelhante ao dos aeroportos, em que o paciente abre sua ficha pelo aplicativo, inserindo dados pessoais. Ao chegar ao pronto-socorro, basta que ele apresente no totem o código gerado pelo aplicativo para dar sequência ao atendimento. Com essa solução é esperado melhorias no processo de atendimento.
A organização também recebeu o convite de ser o Hospital Oficial da Fórmula I, nos próximos quatro anos e, além dos investimentos em tecnologia, eles contam também com a inauguração da pediatria na unidade da Liberdade.