O mercado de planos de saúde fechou o primeiro semestre de 2017 com retração de 0,6% no total de beneficiários de planos médico-hospitalares. O que significa o rompimento de 271,2 mil vínculos apenas este ano, de acordo com os números da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), produzida pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Nos 12 meses encerrados em junho, houve 834,6 mil vínculos rompidos. O que significa uma retração de 1,7%. No total, há 47,4 milhões de beneficiários de planos médico-hospitalares no País.
O resultado está fortemente atrelado ao comportamento do mercado de trabalho formal no Brasil, conforme explica o superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro. “Apesar do mercado de trabalho começar a esboçar uma reação, os novos empregos estão concentrados no setor agrícola, que historicamente não é um dos que mais oferece o benefício ‘plano de saúde’ aos seus colaboradores”, aponta Carneiro. “Aproximadamente 70% dos beneficiários estão nas regiões metropolitanas de cinco estados (SP, RJ, MG, PR e RS), empregados, principalmente, nos setores de serviço, comércio e indústria. Enquanto esses segmentos da economia não apresentarem uma retomada de fôlego, o mercado de saúde suplementar provavelmente não iniciará uma recuperação dos vínculos perdidos”, completa.
O outro lado da moeda
Enquanto o total de beneficiários de planos médico-hospitalares está caindo, o de planos exclusivamente odontológicos está crescendo. No primeiro semestre deste ano, foram firmados 850,1 mil de novos vínculos com planos de saúde exclusivamente odontológicos no Brasil. Alta de 3,9%. Nos últimos 12 meses, foram registrados 1,6 milhão de novos beneficiários. Alta de 7,5%.
Carneiro explica que apesar de ter superado a marca dos 22,7 milhões de beneficiários, o segmento ainda conta com menos da metade do total de vínculos médico-hospitalares. Ou seja, ainda está longe de ser maduro e tem mais margem para crescer. Os custos mais “atraentes” do que o de planos médico-hospitalares também são um diferencial. “As famílias têm mais facilidade de acessar esse serviço, mesmo com a redução da renda média; enquanto as empresas, mesmo em um momento de crise econômica, enxergam nos planos exclusivamente odontológicos um benefício com custo mais acessível para oferecer aos seus colaboradores”, analisa.