Em um sistema onde pagaremos por terapias com base nos resultados de saúde obtidos, é de suma importância a discussão de novos modelos de negócio entre as instituições de saúde.
Até 2030, a projeção da ONU é que teremos 21 milhões de casos de câncer por ano. Em 1990, metade das pessoas diagnosticadas com a patologia viviam cerca de cinco anos após o diagnóstico. Hoje, são mais de dois terços. O envelhecimento populacional e a transição epidemiológica estão mudando o perfil das doenças e das mortes em nosso país.
Pensando nisso, o Saúde Business Fórum 2017 decidiu criar o painel: “Novos Modelos de negócio em Oncologia”.
O moderador do painel foi Fernanda Machado, Diretora de Acesso Sanofi e os convidados: Luis Natel, CEO da Oncoclínicas, Tereza Veloso, Diretora Médica da SulAmérica, Rodrigo Lima, Diretor Executivo da Oncologia D'Or e Humberto Izidoro, CEO da Varian Medical Systems.
O câncer é uma doença que pode ocorrer em todas as idades, entretanto cerca de 60% das doenças oncológicas sucede em pessoas com mais de 65 anos. Isso faz com que o sistema de saúde seja desafiado a propor e definir estratégias para cuidar desse grupo de pacientes específicos, sem deixar de lado a otimização nos custos.
Um desafio que vai de encontro com que é proposto pelo Value-Based Healthcare que visa colocar o paciente no centro da prestação de cuidados de saúde, isto é, se o valor melhorar, tanto os pacientes, os provedores e os fornecedores podem se beneficiar, ao mesmo tempo que a sustentabilidade do sistema só tende a aumentar.
Segundo Tereza Veloso, Diretora Médica da SulAmérica, a oncologia necessita de trabalhos bem estabelecidos, com massiva padronização dos processos.
Sendo assim, a discussão avançou acerca da importância do consenso entre as operadoras, médicos e pacientes para a construção de um sistema que se mostre disponível para o diálogo.
Não há dúvidas de que a tecnologia é um divisor de água para os tratamentos oncológicos. De acordo com Luís Natel, CEO da Oncoclínicas, o sistema de saúde está acomodando esses novos avanços que também, devem compor: tratamento humanizado, governança, excelência operacional e qualidade assistencial.
Sobre os avanços tecnológicos que são necessários para a realização de um bom diagnóstico, tratamento e acompanhamento é de sumo acordo entre os presentes que eles ainda, contam com um custo muito alto para o sistema, todavia pelo grau de exigência que se faz necessária, em razão da segurança do paciente.
Sendo assim, não podemos deixar de lançar um olhar na direção do futuro, ou seja, devemos pensar em alternativas para tornar o acesso mais acessível, equilibrando os custos sem abrir mão da qualidade. Uma questão delicada que exige muita reflexão e diálogo entre os players.
Quando pensamos em custo, atualmente pagamos 40% a mais por uma nova droga, diferente do que era praticado há uma década. E se esses impactos não são tão suficientes, a constante exigência por mais e melhores tratamentos são temas recorrentes na nossa agenda, o que exige maior respaldo para evitar casos como, por exemplo, a pílula do câncer. Isso vai mudar a maneira como as organizações compram, como as operadoras pagam e como as empresas vendem.