faz parte da divisão Informa Markets da Informa PLC

Este site é operado por uma empresa ou empresas de propriedade da Informa PLC e todos os direitos autorais residem com eles. A sede da Informa PLC é 5 Howick Place, Londres SW1P 1WG. Registrado na Inglaterra e no País de Gales. Número 8860726.

Alinhamento de incentivos é chave para Value-based Healthcare

O atual momento econômico impõe que o setor busque rever seus processos e a infraestrutura com foco em maior eficiência.

O nosso país presencia um período de acontecimentos significativos: alta de custos, doenças crônicas, mudanças legislativas, evolução tecnológica e envelhecimento populacional. Por essa razão, o Saúde Business Fórum 2017 decidiu criar o painel “ Contexto, Responsabilidade e Risco: Definindo e medindo qualidade, resultado e percepção”.

O painel contou com a moderação de Rene Parente, Sócio da Accenture e os convidados: Miguel Cendoroglo, Superintendente Médico do Hospital Israelita Albert Einstein, Francisco Figueiredo, Secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Marcos Vete, Diretor Administrativo do Hospital Madre Teresa e Glauco Samuel Chagas, Superintendente Executivo da Unimed Porto Alegre.

A recessão em que o Brasil se encontra provoca um enorme impacto no setor, uma vez que tem dificultado o acesso aos planos de saúde.

Essa realidade é compartilhada entre saúde pública e privada, visto que, se por um lado, a saúde suplementar enfrenta uma perda expressiva de beneficiários, pelo outro o SUS fica ainda mais sobrecarregado com essa nova demanda.

Entre os convidados, foi consenso que, mesmo diante de um cenário ainda desfavorável, as instituições de saúde não devem parar de investir, ou seja, é necessário modernizar a estrutura de atendimento, e, além disso, ser mais eficiente na gestão de custos.

O atual momento econômico impõe que o setor busque rever seus processos e a infraestrutura com foco em maior eficiência. De acordo com Cendoroglo, a tecnologia se apresenta como uma promissora aliada, quando concentramos nossos esforços na otimização dos processos.

Uma outra temática fez parte da discussão foi o papel do Ministério da Saúde na cadeia e a necessidade de interferir em tópicos de promoção de saúde. Um dos exemplos citados é a negociação com fast-foods para o fim do refil dos refrigerantes. Figueiredo expôs que, pelas contas da pasta, o refil eleva em até 30% o consumo de refrigerantes e, consequentemente, de açúcar.

A medida tem como caráter colaborar efetivamente com a redução da obesidade, que pode acarretar para o indivíduo além do sobrepeso, inúmeras doenças como diabetes, doenças cardíacas, entre outras.

Uma vez que essas patologias elevam os gastos em saúde, caímos novamente no dilema de qual a parcela de responsabilidade de cada um sobre a saúde (paciente, operadora, planos de saúde)?

Todos somos responsáveis e, por essa razão devemos buscar um modelo verticalizado, com os incentivos alinhados, ou seja o sistema deveria estar mais alinhado no modelo de valor. O paciente deve compreender que não basta terceirizar seus cuidados em saúde, e sim compreender a adoção de bons hábitos e os seus efeitos a longo e médio prazo.

De tudo o que foi discutido, fica claro que os pacientes pedem por mais transparência e maior empoderamento, novos negócios são criados, e para sustentar as mudanças, o ecossistema necessita se reinventar de forma sustentável e caminhar com foco na entrega de valor- com a visão clara do que é valor para cada um dos players.