Manejo seguro de antibióticos, análise correta do evento adverso e integração da equipe são alguns dos fatores que interferem diretamente na segurança do paciente. Palestrantes nacionais e internacionais explanaram sobre esses e outros temas durante o II Simpósio Internacional de Qualidade e Segurança do Paciente, nos dias 27 e 28 de abril, promovido pela ONA (Organização Nacional de Acreditação) e pelo IBSP (Instituto Brasileiro para a Segurança do Paciente. O evento reuniu mais de 430 pessoas no Centro de Convenções Rebouças.
Na abertura do evento, o Dr. José Branco, diretor executivo do IBSP, falou que ter um sistema de saúde sem ocorrência de eventos adversos evitáveis é uma utopia. “Promover segurança ao paciente é um sonho factível e as discussões deste II Simpósio podem ensinar os profissionais de saúde como atuar para melhoria da qualidade no sistema de saúde nacional”, diz Dr. Branco.
“A segurança do paciente deve ser prioritária em tudo que envolve os serviços de saúde. O Simpósio foi um ótimo local para fomentar discussões atuais sobre isso e trazer novas abordagens para os profissionais da área refletirem”, afirma Dr. Péricles Góes da Cruz, gerente de relações institucionais da ONA.
De acordo com o médico especialista em erro humano e gestão de risco na aviação e na área da saúde, René Amalberti, diz que é necessário entender a complexidade do país para promover a melhoria da segurança do paciente em todas as regiões, não só nos grandes centros. “É preciso mudar a forma de análise do evento adverso. A saúde do futuro vai demandar uma nova e ampla visão de segurança do paciente”, afirma.
Para uma cultura de segurança do paciente efetiva, o envolvimento da equipe é fundamental. A enfermeira com doutorado em relações interpessoais, especialista em trabalho de equipe e segurança do paciente, Susan Sommerfeldt, afirma que é preciso entender a competência coletiva para que a equipe possa alcançar os objetivos necessários. “Competência é um conjunto em constante evolução de múltiplos comportamentos interligados alcançados através da participação e promulgados no tempo e no espaço”, diz.
Mark Gilchrist, farmacêutico e consultor em doenças infecciosas e professor sênior honorário do Imperial College, em Londres, também falou da importância do envolvimento da equipe. Segundo ele, manejo antimicrobiano deve envolver toda a equipe e ainda que comece de forma pontual, precisa ser com profundidade.
“As principais partes interessadas das instituições públicas, privadas ou sem fins lucrativos devem trabalhar em conjunto para melhorar a qualidade e a disponibilidade dos dados, a fim de expandir a administração de antibióticos no cuidado humano e promover o uso responsável desses medicamentos”, afirma.