A DeepMind, uma subsidiária britânica do Google, anunciou hoje um novo projeto de pesquisa com o Moorfields Hospital, especialista da National Health Service, para usar inteligência artificial para detectar e tratar doenças oculares causadoras de cegueira.
O projeto é a segunda colaboração da DeepMind com a NHS, apesar de ser o primeiro que usa inteligência artificial. Usando um milhão de imagens anônimas de olhos, a pesquisa irá investigar como o conhecimento de máquinas pode ajudar a analisar imagens oculares, como tomografias de coerência óptica, criando algoritmos que podem detectar sinais prévios de duas doenças oculares: degeneração macular relacionada com a idade e retinopatia diabética. O objetivo é que eventualmente a inteligência artificial seja capaz de reconhecer essas condições somente com uma imagem digital.
A ideia da colaboração veio do oftalmologista do Moorfields, Dr. Pearse Keane, que contatou a DeepMind procurando maneiras de trabalhos em conjunto que poderiam diagnosticar essas duas doenças oculares, que afetam mais de 100 milhões de pessoas pelo mundo, sendo a retinopatia uma das maiores causas de cegueira.
As informações adquiridas com a pesquisa não irão impactar diretamente no tratamento dos pacientes atualmente - o hospital está compartilhando com a DeepMind imagens colecionadas durante consultas de rotinas nos últimos anos – mas ajudará os pesquisadores a desenvolver maneiras mais rápidas de detectar e intervir com a deterioração da visão. Atualmente, oftalmologistas usam imagens digitais do fundo dos olhos e de tomografias de coerência óptica, o que é complicado e demorado de se analisar.
O Google adquiriu a DeepMind em janeiro de 2014. Em fevereiro do mesmo ano, a Google DeepMind anunciou a parceria com o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido para desenvolver aplicativos de saúde. Um deles foi o Streams, que dava a médicos informações sobre pacientes com falha renal e outro deles foi o Hark, que ajudava médicos e enfermeiras a organizar informações que geralmente são administradas em papéis escritos à mão.
A companhia entrou em uma controvérsia com os últimos programas desenvolvidos com a NHS, na qual a DeepMind possuia acesso ao histórico de aproximadamente 1.6 milhões de pacientes. Esse projeto não deve gerar preocupações de segurança de dados, porém: as imagens anônimas de olhos e algumas informações relacionadas têm sido coletadas pelo hospital Moorfields em exames de rotina.
‘’Isso significa que é impossível identificar qualquer paciente pelas imagens’’, disse a Google DeepMind em seu anúncio. ‘’E elas são imagens históricas, o que significa que, enquanto os resultados da nossa pesquisa podem ajudar a melhorar os tratamentos no futuro, eles não afetam os tratamentos do presente’’.
Não deixe de ver o painel ‘O Papel da Indústria na Inovação’ que acontecerá durante o HIS – Hospital Innovation Show.
Serviço:
Hospital Innovation Show
Datas: 27 e 28 de setembro
Local: São Paulo Expo
Rodovia dos Imigrantes, s/n – Vila Água Funda
Este artigo foi adaptado do site MedCityNews