Nos últimos anos, com a popularização da internet, se tornaram comuns as perigosas “consultas médicas” com o “dr. Google”. Ao menor sinal de qualquer dor ou desconforto, o internauta acessa o site de busca, digita os sintomas e logo se vê diante de uma infinidade e variedade de diagnósticos e tratamentos.
Ao mesmo tempo em que auxilia ao disseminar e democratizar informações sobre saúde e bem-estar, esse tipo de consulta também pode prejudicar, e muito, o diagnóstico precoce e o tratamento correto de doenças com a proliferação de conteúdos falsos ou incompletos. Portanto, os pacientes devem ficar atentos e cientes que nada substitui uma boa consulta médica.
Novas ameaças
Para agravar a situação e os riscos das “consultas virtuais e impessoais”, o “dr. Google” tem, agora, novos e ameaçadores concorrentes: os grupos de Facebook e WhatsApp. Criados com o objetivo de facilitar o compartilhamento de informações entre pacientes, esses grupos estão se transformando em perigosos consultórios.
Na área da cirurgia plástica, por exemplo, a situação é assustadora. Integrantes destes grupos chegam a afirmar em postagens que não precisam pagar uma consulta médica apenas para saber qual o procedimento mais indicado, a técnica cirúrgica a ser usada ou o volume de prótese mais adequado para o seu caso, pois acreditam que as experiências de outros membros são suficientes para orientá-los em qualquer decisão.
Campanha
Preocupada com a situação, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Goiás (SBCP-GO) lançou uma campanha para alertar as pessoas sobre os riscos da disseminação nas redes sociais de informações sem comprovação científica e enfatizar a importância da consulta médica.
A primeira peça da campanha, divulgada nas redes sociais e que já conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) nacional e de outras regionais, orienta que grupos fechados de Facebook ou WhatsApp não são canais seguros para a escolha do cirurgião plástico e explica que muitos deles são criados por pessoas que tentam se beneficiar com a indicação de pacientes conquistados por meio de anúncios irregulares de médicos.
A segunda peça, alerta que médicos são proibidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) de divulgarem fotos de pacientes do tipo “antes e depois” da cirurgia. O presidente da SBCP-GO, Luiz Humberto Garcia de Souza, explica que a proibição visa proteger a imagem do paciente e também evitar que novos pacientes venham a acreditar que alcançarão o mesmo resultado apresentado nas fotos, o que não é verdade.
A SBCP-GO conta também com uma Comissão de Mídias Sociais atuante, que vem trabalhando no monitoramento das divulgações irregulares em grupos de Facebook e WhastApp. Médicos que participam destes grupos e infringem as normas do CFM podem ser punidos pelo Conselho Regional de Medicina.