Existe um movimento claro de transformação na questão ligada à assistência à saúde. Hoje, não apenas os médicos e enfermeiros necessitam obter conhecimentos sobre a gestão de serviços para desempenhar suas atividades de maneira mais consistente, mas também gestores precisam entender e incorporar aspectos relacionados à qualidade assistencial e à segurança do paciente às suas práticas.
Segundo estudo realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), nos Estados Unidos, um dos maiores vilões do setor de saúde é o desperdício de recursos, que chega a custar US$ 815 bilhões por ano no país. As falhas assistenciais estão entre os principais motivos. Erros durante cirurgias, prescrição e administração incorreta de remédios e falhas na higiene hospitalar acarretam em gasto desnecessário e comprometem a gestão, já que esses recursos poderiam ser aplicados de forma mais produtiva.
O raciocínio deve ser voltado à busca do motivo da falha. Entender as razões ajuda a diminuir os riscos. Uma falha não se constitui em uma única causa, mas numa consequência ou em condições latentes que geralmente têm origem em diversos níveis da organização. Podem ser deficiências em funções organizacionais, como políticas e procedimentos, orçamento, funcionários, manutenção dos equipamentos e processos de gerenciamento.
A adoção de protocolos clínicos mais rígidos minimizariam falhas. No entanto, a causa de incidentes assistenciais muitas vezes pode ocorrer como consequência deum sistema ruim. A forma como as organizações estão estruturadas pode contribuir isso. É preciso reordenar o processo e tornar a segurança do paciente prioridade estratégica. Além de desenvolver práticas de medicação segura, é fundamental iniciar a busca por riscos e adotar sistemas informatizados.
A execução de operações melhores e mais seguras nas organizações de saúde é benéfica tanto do ponto de vista humano quanto do econômico. Adotar um processo para mitigar falhas assistenciais que tenha como premissa a informatização para reduzir erro de medicação e o trabalho em equipe constitui-se em ações estratégicas em prol da segurança do paciente. Organizações de saúde seguras se caracterizam por facilitar a comunicação entre os diversos profissionais, estabelecer uma cultura justa relacionada às falhas e incidentes e estimular o trabalho em equipe.