Até 2016, todas as embalagens dos remédios deverão conter uma identificação única, capaz de recuperar o histórico, a localização do produto e procedência legal do medicamento. Trata-se do SNCM (Sistema Nacional de Controle de Medicamentos), que com um código de barras acoplado ao produto permite o monitoramento de toda a trajetória do medicamento, da produção até a prateleira das farmácias.
Em uma instituição de saúde, insumos médicos são os responsáveis pelo segundo maior custo, perdendo apenas para a folha de pagamento. Em média, o desperdício atinge 30% dos estoques e o índice de obsolescência chega a 20%, o que pode levar a perdas de até 15% da margem financeira do local. Além disso, segundo a Anvisa, 20% dos medicamentos vendidos no Brasil são falsos.
Além de evitar fraudes e roubos, o rastreamento de insumos médicos por código de barra permite uma gestão mais eficaz dos riscos na cadeia dos produtos farmacêuticos (evitando erros e perdas por vencimentos e coibindo o roubo de cargas) e dá ao consumidor a garantia de segurança. Com ele, será possível identificar fontes de desvios de qualidade e reduzir os custos logísticos dos fabricantes, o que de certa forma podem impactar no preço final do produto.
Tendo o modelo final aprovado no final de 2014, o sistema de rastreamento será baseado na tecnologia de código de barras bidimensional GS1 DataMatrix. Cada produto terá um código bidimensional e um número único de identificação do medicamento (nos moldes de um RG), acompanhados da data de fabricação, validade e número do lote. Todas as informações reunidas são chamadas de Identificador Único de Medicamento (IUM).
A previsão é que o sistema comece a operar em toda a cadeia de medicamentos em 2016, quando termina o prazo para que as indústrias, distribuidoras e farmácias se adaptem às normas. Até dezembro de 2015, todos os laboratórios farmacêuticos deverão colocar no mercado pelo menos três lotes rastreáveis. A partir de dezembro de 2016, todo o mercado farmacêutico deverá ter os mecanismos de rastreamento.