Um vulcão de informações que, quando olhadas com profundidade, geram grandes transformações. Esta é a impressão deixada por Gil Giardelli, especialista em cultura digital, que participou, no início deste mês, do 17° Congresso Unidas. Giardelli é um difusor do fenômeno sociedade em rede, que vem se construindo e desfazendo os velhos mapas, como gosta de exemplificar.
Giardelli, que entre outros trabalhos estudou inovação radical e social data no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em pouco mais de uma hora fez um giro no que de mais inovador e disruptivo tem acontecido no mundo, chacoalhando os olhares viciados, limitados pelo cotidiano dos processos antigos.
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Giro pelo mundo
O que já foi o símbolo de um mundo dividido, como o capitalismo e o socialismo, está sendo quebrado pela consciência de que nenhum de nós é tão inteligente quanto nós todos juntos e o que se vê hoje é um capitalismo caminhando para ser criativo e compartilhado, sem o poderio de um banco central. Os bitcoins, ou moedas digitais, da construtora Tecnisa, são exemplos disso.Misturada a iniciativas colaborativas está a tecnologia apontando para, segundo Giardelli, um 2020 com 55% dos empregos sendo ocupados por robôs; sendo invadido por impressoras 3Ds e drones realizando serviços como entrega de remédios e acompanhamento de grandes obras. Apesar da provável extinção de empregos pela ruptura digital, outros três surgirão no lugar. Vocês estão se preparando para isso?, indaga o professor à plateia de profissionais e executivos do setor de saúde, especialmente de empresas de autogestão.
Um exemplo que ilustra bem a velocidade com que a tecnologia transforma o campo da saúde é o valor que custava para sequenciar um genoma em 2005, em torno de US$ 3 bilhões, para os US$ 1 mil de hoje, sem contar a previsão de chegar em US$ 100 em dois anos.
Depois do produto e cliente, agora são os valores que estão no centro. As metas e controle dão lugar ao ganho com a colaboração, ressaltou, citando exemplos de empresas como a Odebrecht e Natura que promovem de forma estruturada a troca de ideias e experiências entre funcionários. A GE foi outro exemplo por organizar praças públicas de inovação e a Fundação Gates foi citada como mais influente que a OMS no tratamento de pessoas na África. Aplicativos e plataformas de serviços em rede são outros exemplos que estão revolucionando o modo de consumir saúde, viabilizando a compra de planos de saúde e de produtos diretamente de fabricantes, além de consultas e consultorias online.