Na América Latina, 92% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento vão para Brasil, Argentina e México e, de fato, estes representam aproximadamente 75% das pesquisas estudadas por um dos métodos da revista.
Brasil, onde se concentra 70% dos investimentos em ciência e tecnologia da América Latina, e o único que tem mais que 1% do seu PIB investido nesta área, sendo que o carro-chefe das pesquisas e publicações do país, e de outros países da América Latina, está em ciências exatas. No entanto, o Brasil tem um dos piores desempenhos em eficiência em pesquisa na América Latina e no mundo por investimento.
Os 30 bilhões de dólares no Brasil chegaram a publicar 670 artigos em revistas de alto impacto, um dos piores desempenhos dos 53 países estudados. Israel publicou 1008 artigos com 9 bilhões de dólares e o Chile, 717 artigos com 2 bilhões de dólares investidos. Aliás, em termos de eficiência, estamos atrás da Índia, China, Ucrânia, Irã e Paquistão, entre outros países. Nós ocupamos a 50a posição entre os 53 países, somente a frente de Mianmar, Turquia e Egito.
O Chile é mais eficiente que países como Estados Unidos e Austrália em termos de publicação de pesquisa por investimento e o carro-chefe em pesquisa é em ciências exatas, liderado pela excelência em astronomia, considerado o melhor país do mundo neste campo. A eficiência Chilena é aproximadamente 7 vezes maior que a Brasileira.
De acordo com o pró-reitor de pesquisas da USP, a universidade com a produtividade em publicações de alto impacto mais representativa do país, o modelo brasileiro nos torna menos competitivos ao se comparar com o modelo americano em que o assessment de qualidade está engrenado profundamente às pesquisas e o incentivo financeiro, que está associado ao impacto, produtividade e ao próprio salário.
É interessante observar mais uma vez que dinheiro por dinheiro não resulta em qualidade e/ou impacto. De fato, publicação não é tudo na vida e nem na universidade (apesar de que algumas instituições se cegam aos assuntos fora de publicações). Apesar disso, no campo científico elas desempenham papéis fundamentais na troca de conhecimentos e colaborações. Atesta-se mais uma vez que boa gestão, foco em resultado, em não desperdiçar recursos financeiros e em impacto futuro é um caminho a se seguir para valorizar os nossos pesquisadores e desempenhar um papel mais sólido no cenário de pesquisa mundial.