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Conheça Jonathan Rothberg, grande cientista americano

Combinar ciência, inovação e empreendedorismo é um dos desafios aos cientistas que querem encontrar aplicações práticas das suas pesquisas.

Encontrar um ponto de intersecção entre ciência, inovação e empreendedorismo é um dos desafios aos cientistas que querem encontrar uma aplicação prática das suas pesquisas.

Infelizmente no Brasil, a prática de trabalhos fora do seu laboratório e pesquisa é desencorajada tanto pelas muralhas de burocracia quanto por baixo incentivo e órgãos de suporte, além de falta de acesso destes pesquisadores às práticas do mercado. Apesar de existirem pessoas que são muito capazes de praticar esse sweet spot, elas são raríssimas no cenário nacional.

Mas este não é o caso dos Estados Unidos, onde surgem cientistas de ponta capazes de trabalhar com a intersecção de conhecimento e são encorajados a praticarem atividades que vão além do seu campo e se aventurar na inovação.

Esse caso é do Jonathan Rothberg, formado em engenharia química na Carnegie Mellon e com as pós-graduações na Yale. As pesquisas dele foram revolucionárias para a ciência: o trabalho de mestrado focado na decodificarão de DNA via o método slit ganhou a capa da aclamada revista CELL, os trabalhos posteriores dele também já foram capa da Nature e apareceu na New England Journal of Medicine. Em 2008, a revista a revista Science considerou o trabalho dele como uma das inovações mais importantes do ano e ele já apareceu em inúmeras reportagens que vão desde NYTimes, Forbes, Bloomberg até a capa da revista Fortune.

É o supra-sumo da intersecção da ciência, inovação e mercado.

Ele conta que, no seu último ano na Carnegie Mellon, quando estava ouvindo o Steve Jobs falar, teve o seu momento de sacada:“Eu queria saber se Steve Jobs era feito de algo diferente de todo resto de nós (durante os estudos de pós-graduação) e, quando ele disse que a gente é realmente definido pelo que a gente faz, foi o meu momento ‘AHA!’”. Desde então, utilizou seus conhecimentos em engenharia para aplicar na biologia. A frase do Jobs “just do it” (muito antes da Nike tomar como a campanha publicitária dela) é um dos valores mais importantes para o Rothberg.

Após os estudos de pós-graduação fundou o CuraGen, uma das startups pioneiras em genômica, chegando a valuação de 5 bilhões de dólares na NASDAQ, que foi adquirido pela CellDex a posteriori, e o seu time foi o pioneiro na publicação de mapa proteômica global de células eucarióticas.

Como fundador da 454 Life Sciences e da Ion Torrent Systems, estes tiveram a missão de reduzir o custo de sequenciamento de DNA e ainda espera poder um dia reduzir este custo a 1000 dólares, tornando acessível a qualquer instituição fazê-lo através dos seus equipamentos. A inovação dele foi justamente em poder trazer os avanços de microprocessadores e eletrônica no DNA - tornando o processo mais rápido, eficiente, preciso e barato.

A venda das empresas 454 Life e Ion Torrent foram de mais de 725 milhões de dólares e atualmente Rothberg está dedicado ao Butterfly network, dispositivo que já cobrimos aqui no Empreender Saúde, com o uso de deep learning nos métodos de imagens de ultra-som e ressonância magnética. A partir dos 100 milhões de dólares investidos, ele conta que “Quero criar um dispositivo de imagem tão barato quanto estetoscópio e que tornarão os médicos 100 vezes mais eficientes”, aliás, quando perguntado especificamente da ressonância magnética, ele conta que “vou criar um equipamento que seja 1000 vezes mais barato, 1000 vezes mais rápido e 100 vezes mais preciso” - vale lembrar que uma ressonância magnética custa mais de 6 milhões de dólares e, apesar de ser de alta precisão e nitidez, sem efeitos colaterais como radiação da tomografia, o acesso é ainda restrito a pouca parcela da população nos EUA e em todas as outras regiões do mundo.

Aliás, a criação da aceleradora 4 combinator, focada em trazer inovação na medicina através do Deep Thinking, mostra a audácia e o compromisso com a inovação.