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Mercado farmacêutico atinge R$ 40,3 bi em 4 anos

Independentemente do que aconteça com a economia, o presidente da Interfarma, Antônio Britto, afirma que a demanda por medicamentos continuará alta

Com um crescimento bastante acima de outros setores da economia, o mercado farmacêutico brasileiro pelo canal farmácia saltou de R$ 27,7 bilhões em 2010 para R$ 40,3 bilhões em 2014, considerando o período de 12 meses móveis até setembro. Cerca de 76,30 bilhões de doses foram comercializadas em 2010, número que cresceu para 121,63 bilhões em 2014. Os números foram reportados pela Interfarma, atualmente com 55 empresas associadas.

“O mercado brasileiro da indústria farmacêutica deve continuar crescendo muito acima dos demais setores da economia, algo entre 13% e 14%. E isso é um resultado positivo, se comparado com os resultados gerais da economia”, afirmou o presidente-executivo da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), Antônio Britto, em comunicado ao mercado.



Os últimos dois anos registraram crescimento de 11% ao ano, enquanto nos dois anos anteriores o aumento anual das vendas foi de 9%. Para Britto, a demanda reprimida por medicamentos que existe vai impulsionar o mercado nos próximos anos, independentemente do que aconteça com a economia.

A divisão do mercado sofreu algumas alterações. Os medicamentos de referência, que representavam 46% das vendas em 2010, passaram a responder por 40% em 2014. Já os medicamentos genéricos e similares ganharam mercado, passando de 12% para 13% e de 42% para 48%, respectivamente.



De acordo com o presidente da Interfarma, alguns pontos precisam ser resolvidos para que o crescimento seja ainda maior. O primeiro deles é o fato de não haver uma resposta organizada e realista para a questão do acesso. “Cerca de 74% dos medicamentos brasileiros são comprados e pagos pelo bolso das pessoas, sem apoio do governo. Isso significa que a medicação mais complexa e mais cara acaba não chegando à maioria da população”, comentou Britto.

O segundo ponto é a questão tributária. “Temos uma situação injusta porque mesmo olhando os tributos dentro do país, o medicamento paga mais do que outros produtos, como, por exemplo, biquíni e ursinho de pelúcia; e isso prejudica o acesso da população a medicamentos”, concluiu.

Atualmente os laboratórios da Interfarma são responsáveis pela venda, no canal farmácia, de 80% dos medicamentos de referência do mercado e também por 33% dos genéricos produzidos por empresas que passaram a ser controladas pelos laboratórios associados. Além disso, as empresas associadas respondem por 46% da produção dos medicamentos isentos de prescrição (MIPs) do mercado brasileiro e por 52% dos medicamentos tarjados (50% do total do mercado de varejo).