Mais do que nunca, este ano vimos empresas em todo mundo discutindo sobre reformulações do ambiente de trabalho. Assim como observa o recente relatório Tendências Globais de Capital Humano 2014 conduzido pela Deloitte, o ambiente de negócios hoje é definido por disrupções nos mercados de trabalho, que impactam na demografia da força de trabalho e criam mudanças na tecnologia e na natureza mutável do trabalho em si.
Dentro deste ambiente vigoroso, o que é preciso para construir equipes de alta performance?
Entre as empresas que se destacam pelas dirsupções provocadas na atualidade e por revolucionar as regras de formação de equipe está a Netflix. A apresentação da ex-diretora de talentos da Netflix, Patty McCord, onde ela descreveu a filosofia de gestão talentos da empresa foi denominada pela COO do Facebook, Sheryl Sandberg, como "o documento mais importante que nunca mais sair do Vale [do Silício]". Essa apresentação também tem nove milhões visualizações no Slideshare.
Em um artigo publicado na Harvard Business Review (HBR) no início deste ano, McCord falou sobre os dois princípios fundamentais da filosofia de talentos da empresa: "Contrate apenas jogadores A e esteja disposto a abrir mão de pessoas cujas habilidades não mais se encaixam, não importa o quanto suas contribuições tenham sido valiosas."
Um ambiente de trabalho áspero? Sim, mas com imensa liberdade e responsabilidade. Por exemplo, a Netflix não tem uma política de férias, nem acompanha o número de dias de férias tiradas pelos funcionários. Ele enfatiza o contexto, não o controle, como um aspecto importante da sua cultura de trabalho.
Outro ponto de vista
Enquanto a filosofia da Netflix de contratar jogadores A está em uma extremidade, a pesquisa realizada pelo Laboratório de Dinâmicas Humanas do MIT chegou a uma conclusão diferente. Constatou-se que a inteligência individual ou realizações não são os melhores indicadores de produtividade.
Em um artigo da HBR intitulado "A nova ciência da construção de boas equipes", o diretor do laboratório e professor Alex "Sandy" Pentland concluiu que raciocínio individual e talento contribuem muito menos para o sucesso da equipe do que o esperado. Em vez disso, segundo o estudo, a energia e o engajamento são o que realmente aumenta o desempenho das equipes. Todos os times, em sua essência, são sistemas de relacionamento. Portanto, a melhor maneira de construir uma boa equipe, de acordo com esta teoria, não é selecionando indivíduos por sua inteligência ou realizações, mas é aprendendo como eles se comunicam e moldando a equipe para seguir padrões de comunicação de sucesso.
É claro que uma receita pronta não funciona para todos. Cada organização deve encontrar seu próprio mix ideal de talentos individuais e dinâmica da equipe. Embora possa haver um debate interminável sobre os ingredientes que vão ser utilizados para a construção de uma equipe de alto desempenho, há três elementos essenciais que capacitam qualquer tima para trilhar nos caminhos do sucesso.
Estimular inteligência tecnológica
Sem dúvida, a tecnologia mudou radicalmente a forma como trabalhamos e as habilidades que precisamos. Mas este é só o começo. Para citar o mais recente relatório da consultoria McKinsey, "Nos próximos anos, a aceleração no escopo, escala e impacto econômico da tecnologia vai inaugurar uma nova era de inteligência artificial, engenharias para o consumidor, comunicação instantânea e informações sem limites, chacoalhando os negócios de maneiras inimagináveis??".
Para sobreviver neste cenário, todos - dos estrategistas que compõem o board, à gerência sênior, equipes de gestores, colaboradores individuais terão que ser "tecnólogos" para compreender como tecnologias específicas afetam todas as partes do negócio. Equipes de alto desempenho em qualquer setor deverão dominar os fundamentos dos dados e da tecnologia. É, portanto, essencial para as empresas desvendar o labirinto tecnológico para seus colaboradores por meio de treinamentos, cursos e outras ferramentas de aprendizagem.
Manter sua tecnologia relevante
Considere seus aplicativos favoritos. Você constantemente autoriza atualizações em seu smartphone para que os apps permaneçam relevantes. Você está se preocupado da mesma maneira com a relevância de seus melhores talentos?
Pense dessa forma: se você fosse um aplicativo, com que frequência você atualizaria suas habilidades para permanecer relevante? É aí que reside a resposta para o crescimento. Em mundo em rápida mudança, como o de hoje, se não estamos frequentemente investindo em reinventar as habilidades, experiências de domínio e conhecimento dos nossos colaboradores, eles estão correndo um grave risco de ficarem para trás.
Aqui, estamos falando de promover uma discussão sobre carreira, e é função da sua empresa promover o desenvolvimento pessoal de cada funcionário por meio de programas de treinamentos, bem como definir os passos de crescimento necessários para conquistar novos patamares e posições. Treinamento constante em sincronia com a aspiração é, talvez, o melhor método de estimular um bom desempenho.
Investir em empreendedores de ideias
Em um mundo impulsionado por novas ideias, as equipes de alto desempenho devem ter seus empreendedores de ideias (ou "ideapreneurs"). Criamos esse termo para descrever os pensadores inovadores que são autodirigidos como os empreendedores e carregam novas ideias. Juntos, eles constroem uma cultura de inovação, com foco no cliente e orientada por metas de negócios.
Uma pesquisa da Deloitte sobre a geração Y mostra que esse jovem possui elevado desejo de ser empreendedor, assumir papéis de liderança e ter a oportunidade de inovar. Empreendedores de ideias trata exatamente disso.
Desenvolvimento pessoal é algo muito valorizado na atual cultura de trabalho. Os melhores talentos acreditam em empresas que investem em seu desenvolvimento profissional e lhes proporcionam oportunidades constantes de crescimento.
Fazendo uma analogia simples: para atrair e inspirar esses talentos, as organizações precisam se transformar em uma espécie de rodovia com condições de condução perfeitas para equipes de alto desempenho correrem em alta velocidade com pit stops ao longo do caminho para o reabastecimento regular.