As drogas oncológicas são extremamente sensíveis e tóxicas, por isso requerem atenção especial, desde o momento da aquisição até a administração ao paciente. Saber qual foi o medicamento adquirido, a empresa fornecedora, lote e data de fabricação de cada caixa, os cuidados de armazenagem, a especificação e rastreamento por dose e a conferência entre o que foi prescrito e o que foi administrado são tarefas básicas para atingir o objetivo de melhorar o prognóstico. Soluções que atendam a essa necessidade já estão disponíveis no mercado.
É preciso ter atenção especial para a necessidade de um rastreamento minucioso e adequado dos medicamentos. Num cenário em que a indústria precise recolher e substituir os medicamentos que já estão no mercado, não adianta o hospital saber se adquiriu caixas com os lotes a serem devolvidos. É preciso conhecer, também, o perfil de cada paciente: qual é o nome, quando e em que dose o medicamento foi administrado.
Esse levantamento minucioso é o que permite a adoção de medidas corretivas em caráter de urgência. Sem isso, os pacientes ficam abandonados à própria sorte, sem saber se estão no grupo de risco ou não. Essas ações logísticas também auxiliam Campanhas como o Outubro Rosa. O câncer de mama é tipo que responde por 22% dos novos casos no Brasil a cada ano, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). O foco não deve ser somente na prevenção, mas, também, em ações que melhorem a segurança e a efetividade do tratamento.
Logística hospitalar e o Câncer de mama
Em 2010, milhares de brasileiras que lutavam contra o câncer de mama no Brasil passaram por uma complicação que nada tinha a ver com comportamento ou atendimento que recebiam: recall massivo de um medicamento utilizado em seu tratamento. Se já é doloroso tratar a doença, quando somente ela figura como ator principal, imagine a dificuldade somada se o remédio, principal agente da cura, não é adequado.
Considere, ainda, a dificuldade de identificar e contatar, com a urgência e rapidez necessárias, quais pacientes receberam os lotes problemáticos. O caso nos traz, pelo exemplo, a necessidade do investimento em logística hospitalar, visando a segurança e o bem de todos!
Domingos Fonseca - http://unihealth.com.br/