A colonoscopia é um exame invasivo e, por mais que saibamos da qualidade dos resultados pós-exame, muitos pacientes sentem-se incomodados em realizá-lo e, no caso de haver outra tecnologia em saúde que possa apresentar os mesmos resultados e ser menos invasivo, o ganho para o paciente é grande.
A colonoscopia é realizada através de uma fibra ótica de cerca de 180 cm que, por ser flexível, ao ser introduzida no ânus, permite a visualização completa do reto e do cólon. Para a produção da imagem, uma câmera é colocada na ponta do colonoscópio e há o envio da imagem para um monitor, permitindo a análise em tempo real. Este equipamento permite também a adaptação para colocação de instrumentos para remoção de possíveis materiais, como pólipos ou biópsias. Como dito antes, por ser um exame invasivo e por haver possibilidade de dor, ele é feito com sedação e analgesia.
O MIT, pensando neste cenário, está desenvolvendo um produto que oferece uma maneira simples e barata de identificar câncer colorretal. A pesquisadora Sangeeta Bhatia está trabalhando para que a tecnologia em saúde atual seja substituída pela ajuda de um iogurte com um posterior exame de urina - exame que poderia aumentar a rapidez da detecção do câncer.
Ela e sua equipe estão desenvolvendo moléculas que podem ser consumidas através de um iogurte e serão capazes de interagir com o câncer, produzindo biomarcadores reveladores. Essas moléculas podem ser identificadas facilmente quando passam pela urina.
Anteriormente, a pesquisadora e sua equipe, em busca de tecnologia em saúde na área, desenvolveu nanopartículas que encontram os tumores e são quebradas em pedaços pequenos pelas enzimas produzidas pelo câncer. As partículas quebradas são então coletadas e concentradas pelos rins, depois excretadas.
Em seguida, foi desenvolvido um teste de urina com base em papel para que o diagnóstico possa ser realizado. Este teste se parece com o que é usado para exame de gravidez e já foi testado em ratos para câncer colorretal e fibrose cística.
A nanopartícula descrita é entregue com uma modificação de uma bacteria existente no iogurte. A pesquisadora espera que a abordagem transforme o diagnóstico e ela diz que estão em processo de criação de uma empresa que comercialize este produto. O teste será de grande valia em países com baixas condições financeiras, já que quase não há necessidade de ter recursos. Atualmente, poucas pessoas nestes lugares são diagnosticadas para câncer. Se o câncer colorretal for diagnosticado cedo, cerca de 90% das pessoas sobrevivem por mais de cinco anos, mas esta é uma realidade só para 40% das pessoas. O diagnóstico, em 60% dos casos, acontece de forma mais tardia do que poderia e parte disso se refere à baixa quantidade de pessoas que passam pelo screening.