Você não veio da área de saúde nem tinha nenhuma relação profissional com idosos. Por que resolveu empreender para esse público?
Minha formação é em engenharia eletrônica, após sair da faculdade morei em Israel aonde aprimorei meus conhecimentos neste segmento, trabalhando em diversas indústrias da área de eletrônica e mecânica.
Meu olhar para este segmento, idosos, começou com a minha avó, que acabou falecendo com 105 anos de idade ainda lúcida e funcional. Em uma das vezes em que fui visitá-la, o que me chamou a atenção foi o seu andador, que pela minha avaliação poderia ser melhorado ou ate mesmo repensado. A partir desta observação e reflexão iniciei pesquisas e me tornei atendo as possíveis necessidades do público idoso e o que havia no mercado para este publico.
Fale sobre a Gerotech.
A Gerotech nasce com a proposta de desenvolver produtos e soluções que tragam qualidade de vida e bem-estar ao idoso e à família, além de conforto e segurança, através de tecnologia. Tenho participado de grupos e palestras do tema, assim como tenho como consultoras na Gerotech uma gerontóloga e uma terapeuta ocupacional, que têm me orientado sobre as necessidades deste público.
Mesmo com pouco tempo no mercado, a Gerotech já tem a oferecer os seguintes produtos:
- Apoio de saída de veículos
- Sensor para monitoramento de saída da cama, com foco na redução de quedas.
- Unidade de iluminação automática acionada pelo sensor de saída de cama
- Contador de eventos de saída da cama.
- Botão de chamada (SOS Home)
Todos os equipamentos trazem uma inovação, não necessitam de instalação de um profissional, não precisa estar conectada a linha de telefone, não há necessidade de cabos ou fios, sendo necessário apenas um ponto de energia elétrica.
As unidades que compõem “Sensor para monitoramento de saída da cama com foco na redução de quedas” e o “SOS Home” se comunicam de forma codificada e sem fio, podendo ser utilizado várias unidades em um mesmo local, sem que uma interfira no funcionamento da outra.
Sendo assim, entre os produtos da Gerotch, podemos destacar o Sensor de cama que está sendo testado em uma ILPI de referencia nacional, com acompanhamento de uma terapeuta ocupacional com o objetivo de verificar a eficácia do produto em diferentes perfis de idosos (Idosos com dependência cognitiva / funcional). Até o momento, após três meses de uso contínuo do equipamento, foi observada sua eficácia, tendo o numero de quedas entre os idosos chegado a um nível de frequência zero.
Isto nos leva a acreditar que o sensor instalado junto a estes idosos até agora atingiu seu objetivo, reduzindo assim intercorrências que resultariam em custos, internação, piora na qualidade de vida do idoso e mais trabalho para o cuidador.
O que acha que falta para mais empreendedores se interessarem pelo segmento?
Acredito que o tema ENVELHECIMENTO, seja algo novo no Brasil quando pensamos em mercado consumidor. Além disso, o que tenho percebido é que falta uma cultura tecnológica tanto por parte do idoso como por parte da família, quando pensamos em dispositivos que facilitem a vida deste publico, que tenham como foco segurança, otimização de mão de obra (quando pensamos em cuidadores), manutenção do idoso em seu domicilio, conforto, autonomia e independência. A longevidade hoje no Brasil já é uma realidade, já há um mercado consumidor aí e a tecnologia que vem para facilitar e melhorar a vida dasa pessoas não poderia ficar de fora.