Foi com estas ideias que o Kaveh Safavi, diretor global da divisão de saúde da Accenture iniciou a sua palestra.
A saúde, tanto em países desenvolvidos quanto nos subdesenvolvidos, mostrou-se com um comportamento de crescimento maior que o PIB em 1 a 2%. Isto se deve, entre outros fatores, a ultra especialização e no foco à tecnologia, em detrimento à prevenção, atenção primária e “patient empowerment”. Um exemplo que foi dado foi o porquê das tecnologias abaixarem o preço ano a ano enquanto a saúde se torna encarecida – e uma das respostas está justamente na escalabilidade de uma mão de obra muito especializada, de acordo com Safavi.
Variados países apresentação uma proporção ainda maior do PIB nacional em saúde nos próximos anos. Tanto o Brasil, com um gasto médio per capita por 1100 dólares por ano, quanto os países do OECD, com média per capita de 3500 dólares por ano, terão um salto no seu gasto proporcional e absoluto e isto traz um novo desafio tanto para a saúde em esfera privada quanto em esfera pública. Safavi visualiza que na próxima década o Brasil saltará, de 8% do PIB gasto em saúde para 13% - e isto traz um desafio de sustentabilidade.
E quais podem ser as soluções para estes problemas? Um deles é oferecer o maior valor pelo dinheiro que os pacientes pagam – tal como uma experiência. “A forma como o médico enxerga valor na transação e o paciente a enxerga são distintas” afirmou Safavi. O fato é que para os pacientes o “tratamento” é algo que eles já assumem que obterão ao conversar com o médico, mas a “compaixão” é a fator que fazem os pacientes se sentirem realmente bem, de forma geral.
Oferecer serviços personalizados com a consulta pode ser uma das chaves. Foi citado também o uso de Big Data para se fazer testes estatísticos e visualizações de informações de forma inovadora e até inesperada. Para predizer se o paciente retornará à internação em 6 meses, por exemplo, o fator que mais apresentava correlação é o score de crédito e histórico de calote da pessoa, de acordo com o Kaveh. São estas informações que normalmente não são extraídos que podem realmente fazer a diferença na saúde pública.
Além disso, a utilização de meios digitais como o PatientLikeMe e aplicativo móvel são algumas das soluções propostas pelo diretor da Accenture. Como que podemos, a partir da colaboração em rede, criação de comunidade de pacientes e da utilização de tecnologias móveis criar uma experiência realmente pessoal, individual e relevante para a pessoa? Kaveh citou um exemplo de um teste clínico que foi conduzido em uma determinada comunidade por conta própria e com o rigor científico necessário, no final do experimento, constatou-se que o lítio apresentava muito menos efeito benéfico do que o desejado e muitos efeitos colaterais, por isso, abandonou-se o uso deste por completo em 2 anos. Iniciativas como estas que trazem os pacientes e a comunidade junta é uma das maiores oportunidades da internet.