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Crescer ou desaparecer

Nas empresas que controlamos ou assessoramos, começamos a planejar a partir da seguinte questão: como crescer mais que o mercado em que atuamos dados os recursos e as competências centrais dos quais podemos dispor?

Crescer

ou desaparecer? Eis a questão! Mas devemos ter muito cuidado com as perguntas

formuladas quando buscamos a resposta desejada para a condução de nossos

negócios.

Uma

pergunta muito frequente que observamos durante a montagem de planejamentos

estratégicos e orçamentos de pequenas, médias e grandes empresas é: qual é o

mínimo que uma empresa deve crescer para se manter economicamente sustentável?

Ao responder essa pergunta, a maioria das organizações monta sua estratégia e,

posteriormente, elabora táticas, mobiliza recursos, organiza as lideranças e

parte para a competição por clientes no setor onde atuam.

Nesse

contexto particular de busca do mínimo necessário, os resultados seguem à risca

a lei de causa e efeito, ou seja: na melhor das hipóteses, a empresa cresce o

mínimo necessário para sobreviver. Em muitos casos, nem isso. Pior ainda, esse

pode ser o início da espiral do fracasso ou de um ciclo vicioso de declínio.

Considero

muito arriscado olhar para o futuro da empresa como se ela fosse um elemento

independente do mercado, ao invés de considerar o tamanho e a velocidade

relativa de crescimento do segmento de mercado que escolhemos atuar. Nas

empresas que controlamos ou assessoramos, preferimos começar o planejamento a

partir da seguinte pergunta: como vamos crescer mais que o mercado em que

atuamos dados os recursos e as competências centrais dos quais podemos dispor?

A

diferença de enfoque é singela, porém, os resultados tendem a ser

diametralmente opostos se compararmos com aqueles obtidos pelo olhar parcial da

autopreservação. É a diferença entre prosperar e sobreviver.

Em

geral, o crescimento populacional pressiona a busca

pela geração de renda, impulsiona o mercado de trabalho e amplia a base

de consumidores. Nesse contexto de mercado consumidor em ascensão, as empresas

buscam manter ou aumentar suas respectivas fatias de mercado para atender à

demanda, cada vez mais ampla e sofisticada, por produtos e serviços. Aquelas

que conseguem fazer isso de forma

mais eficaz do que a média, aumentam o faturamento, a lucratividade e atraem

mais capital. Consequentemente, tornam-se mais fortes do que seus

concorrentes de menor sucesso.

Essa

maior força relativa exerce pressão sobre as empresas mais bem sucedidas por um

crescimento orgânico contínuo para saciar todas as oportunidades no mercado

disponível. Porém, o crescimento orgânico muitas vezes não é suficiente para

atingir objetivos estratégicos de curto e médio prazos.

Por

outro lado, aquelas empresas que crescem abaixo da média de mercado ou

encontram-se em fase de estabilização ou declínio tornam-se relativamente mais

fracas. Empresas mais fortes e lucrativas atraem capital em condições mais

vantajosas e possuem um poder relativamente maior junto aos fornecedores e

clientes do segmento onde atuam. A recíproca é verdadeira para os concorrentes

mais frágeis. Essa disparidade de forças entre os mais e os menos eficazes

é uma das principais motivações por trás dos processos de consolidação de

empresas, ou crescimento inorgânico por meio de fusões e aquisições.

Vejamos

o mercado de telecomunicações e tecnologia da informação. De acordo com a

consultoria internacional IDC, o mercado brasileiro cresceu, em média, 9,5% em

2013. Mais que o dobro da média mundial de 4%, consolidando o País como o

quarto maior mercado, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Japão. Com

certeza são segmentos econômicos nacionais que fazem a pergunta certa e agem em

favor de seu crescimento acima da média.

*Sócio-diretor da Jequitibá Investimentos,

assessoria financeira especializada em fusões, aquisições e consultoria

empresarial - marcos@jequitibainvest.com.br


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