Afinal, como manter-se fisicamente ativo sem estar em movimento? O que nem Graham Bell imaginava, porém, é que a sua invenção seria a base para um impulso na qualidade de vida de pessoas de todo o mundo.
Será cada vez mais difícil daqui em diante separar a prática de atividade física dos hábitos de uso dos proprietários de telefone celular - ou seja, todos nós. É o que revela essa pesquisa recente realizada pela Research Now junto a 1000 usuários de smartphones. Para 70% deles é mais importante utilizar seu aparelho para registrar dados de saúde do que para interagir em redes sociais. Esse é apenas um dado relevante dentre tantos que demonstram a força da tendência que está se formando.
Para quase metade daqueles que já possuem um aplicativo instalado em seu smartphone, a frequência de uso dessas ferramentas é diária. Mais da metade deles já utiliza seu aparelho para esse fim há mais de 6 meses, enquanto ¼ deles começou a utilizar há menos de 3 meses. Trata-se um fenômeno recente e que, portanto, ainda tem muito potencial de crescimento.
As finalidades mais populares dentre os usuários são o controle de calorias ingeridas, o monitoramento de peso e controle de atividades físicas. Aqui chama especial atenção a popularidade de aplicativos para comunicação com profissionais de saúde, que como o americano HealthTap, trata de conectar pacientes e médicos a partir de seus telefones móveis. Não há dúvida alguma de que essa é uma tendência que as autoridades de saúde brasileiras devem observar como águias e não como avestruzes, como bem lembrou o recente artigo do amigo Daniel Branco aqui no ES.
Sobre as razões para uso desses apps é possível notar que existe um empate técnico entre registro de atividades, conscientização e motivação. Ou seja: muito além do que auxiliares na memorização de dados, esses aparelhos prometem potencializar o engajamento das pessoas em torno da própria saúde, o que é uma ótima notícia para o setor!
Um dos indicadores dessa boa nova está no fato de que nada menos que 73% dos proprietários de aplicativos de health e fitness alegaram sentirem-se mais saudáveis quando fazem uso de seus telefones para esse fim. E 63% deles planejam continuar utilizando seus apps pelos próximos 5 anos ou mais.
Certamente um dos motores dessa repentina motivação está no fato de que, quando começam a usar o telefone para registrar sua ingestão de calorias, mais da metade deles descobre, com boa dose de surpresa, que estão consumindo mais calorias do que imaginavam e, também, que estão caminhando muito menos do que pensavam. Ou seja: seus aparelhos tocam dentro de suas consciências e ajudam a retirá-los de suas zonas de conforto.
Não é de se estranhar que essa realidade também já esteja tirando da zona de conforto a relação entre médicos e pacientes nos EUA. Ali 40% dos entrevistados afirmaram já estar compartilhando seus dados com seus médicos e que nada menos que 70% desses profissionais estão realmente interessados nessa interação. Para 1/3 da amostra, caso a recomendação de uso de um app partisse de seu médico, eles iriam aderir ao uso sem resistência.
Dentre aqueles que ainda não dividem isso com seus médicos destaca-se um grupo que nunca pensou nisso e uma minoria que acredita que seus médicos não iriam leva-los a sério. É altamente recomendado, portanto, que os profissionais de saúde levem essas realidade cada vez mais em consideração daqui para frente.