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Estudo constata associação entre obesidade e os cânceres mais comuns. O que podemos fazer?

Agora se constata o aumento do risco de câncer entre pessoas com excesso de peso.

Estudo

publicado em agosto deste ano na revista Lancet analisou dados de tratamento no

sistema “Clinical Practice

Research Datalink” utilizado na atenção primária a

saúde no Reino Unido e investigou as associações entre o IMC e 22 dos cânceres

mais comuns. O estudo incluiu 5,24

milhões de participantes, sendo que 166.955 desenvolveram os cânceres escolhidos

pelo estudo. O IMC elevado foi associado a 17 dos 22 cânceres. De acordo com o

estudo, o aumento de 5 kg/m2 no IMC foi associado linearmente a cânceres

de útero , vesícula biliar,  rim, colo de

útero,  tireoide  e leucemia. O IMC foi associado positivamente

a cânceres de fígado, cólon, ovário e mama na pós-menopausa, mas esses efeitos dependem de características

individuais. Os autores constataram as associações inversas com o risco de câncer de

próstata e de mama na pré-menopausa e nos nunca tabagistas. O estudo constatou

que ao assumir a causalidade, 41% de cânceres uterinos e 10% ou mais de

vesícula biliar, rim, fígado e cólon poderiam ser atribuídos ao excesso de

peso. O estudo estimou que um aumento de 1 kg/m2 no IMC na população

resultaria em 3790 pacientes a mais por ano no Reino Unido desenvolvendo um dos

dez cânceres positivamente associados ao IMC.

Assim,

contata-se que o excesso de peso está associado também ao aumento de risco de

determinados cânceres e não somente a doenças cardiovasculares e diabetes.

Sabe-se que, além dos fatores econômicos e culturais, as opções individuais de

estilo de vida envolvendo alimentação e atividade física são fatores

importantes no determinismo da obesidade.

Em nosso país,

um amplo estudo populacional de base nacional (relacionado ao projeto AQUARES)

coordenado por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas e publicado na

Revista Brasileira de Epidemiologia (Rev Bras.Epidemiol.16(4)995-1004,2003) entrevistou

12.402 adultos em 100 cidades brasileiras. Dentre outros achados, a pesquisa

constatou que a orientação sobre consumo de sal, açúcar e gorduras é pouco

realizada nos serviços de saúde no Brasil, configurando uma oportunidade

perdida de prevenção e promoção da saúde. De acordo com o estudo, somente 38%

das pessoas relataram ter recebido alguma orientação sobre ingestão de pouca

gordura, 36% sobre ingestão de pouco sal e 29% de pouco açúcar. As pessoas

procuram os serviços de saúde por motivos diversos, mas oferecer uma orientação

abrangente é altamente desejável. Muitas pessoas relataram ter recebido alguma

orientação da mídia (26,5%) ressaltando a importância dos meio de comunicação

de massa na mudança de comportamento em estilo de vida.

Neste

contexto, o ambiente de trabalho tem sido considerado um espaço importante para

a promoção da saúde. Os atendimentos no ambulatório médico, os exames

periódicos de saúde, as reuniões de trabalho e os encontros corporativos podem

ser espaços importantes para a orientação em saúde e não desperdiçarmos

oportunidades para tentar frear o quadro de agravamento dos fatores de risco em

saúde e aumento das doenças crônicas que trazem grandes consequências para as

pessoas, as empresas e ao país.