Um trabalho desenvolvido pelo chefe do setor de informática da Fiocruz Pernambuco, Eduardo Jaime Ferraz, está permitindo o desenvolvimento de pesquisas em saúde via web. A iniciativa pesquisa e implanta programas para auxiliar os estudos da área da saúde, que podem assim ser aplicados em dissertações e teses. No total, foram criados nove sistemas utilizando uma ferramenta de desenvolvimento de sistemas GeneXus, que permite criar aplicativos com linguagens e plataformas mais populares do mercado.
O primeiro sistema desenvolvido para a Fiocruz foi o WebCeua, em 2007. A solução cadastra, autoriza e emite a licença de utilização de animais para pesquisas. Ao acessar, o pesquisador deve informar os tipos de animais que quer utilizar, espécie, quantidade, sexo e idade. Os dados do projeto são automaticamente enviados para a Comissão de Ética no Uso de Animais (Ceua) do Rio de Janeiro, que analisa a solicitação. Após o pedido ser aprovado, o pesquisador recebe a licença de utilização. Esse processo reduz a necessidade de impressão dos projetos e diminui o tempo de análise, que de mais de dois meses caiu para, em média, duas semanas. O WebCeua já tem mais de 1 mil usuários e pode ser acessado no site da Fiocruz.
O programa Custo da Dengue é um questionário eletrônico que registra as entrevistas e faz um levantamento do custo da Dengue em vários estados do Brasil. As respostas podem ser exportadas para o formato XLS, o que facilita a aplicação das informações em softwares estatísticos. O questionário eletrônico sobre Tracoma cadastra as entrevistas para que seja feito o levantamento de pessoas com até 18 anos que tenham a doença, em vários estados do Brasil.
Os outros softwares desenvolvidos para a Fundação são: corte de pacientes com HIV/Aids, Serviço de Referência Nacional em Filarioses, Serviço de Referência no Controle de Culicideos Vetores, Controle de Gestantes e Recém-Nascidos com Dengue no Instituto Materno-Infantil de Pernambuco, Serviço de Referência em Doença de Chagas e Gestão da Garantia da Qualidade de Meios de Cultura.
De acordo com Ferraz, os principais impactos ao inserir os programas on-line na instituição foram a agilidade nas respostas e a padronização de fluxos de trabalho. Com a tecnologia, os interessados encontram todas as informações em um só portal e, ainda, sem custo. Os sistemas permitem que os estudos sejam feitos em menos tempo, com mais veracidade e com detalhes de informações.
O grupo de tecnologia da Fiocruz Pernambuco já trabalha em um novo projeto. Em 2015, as áreas de gestão, ensino e pesquisa ganharão um novo programa, que será utilizado no estudo da Tuberculose em HIV. Os questionários testes deste sistema já estão disponíveis no site da instituição.